A Gravura de Arthur Luiz Piza
Resenha por Julia Flamingo
Olhe rapidamente as imagens das obras. Parecem que são pinturas relativamente simples, certo? Na verdade, a obra é uma gravura — resultado de um processo dos mais trabalhosos. Cada uma das camadas de figuras geométricas foi talhada centímetro por centímetro em uma chapa de cobre. Depois, a matriz acabou sendo coberta com tinta de cores e viscosidades diferentes para não se misturar. Por fim, quando impresso no papel, o desenho ganhou textura e alto-relevo. O autor desse processo é Arthur Luiz Piza, que exibe 137 de suas gravuras na Estação Pinacoteca. O mestre paulistano, que vive em Paris desde 1953, transformou as gravuras 2D em imagens 3D. Elas provocam uma vontade irracional de tocá-las (não deixe, porém, que ela tome conta de você). As peças escolhidas pelo curador Carlos Martins estavam entre as 360 doadas pelo artista à instituição. Hoje com 87 anos e em plena atividade artística, o próprio criador dos trabalhos se sentiu pego de surpresa pelo resultado final da montagem. O intuito era traçar o caminho dos últimos sessenta anos de Piza dedicados ao suporte (sua carreira inclui também colagens, pinturas e esculturas). Gaste mais tempo na segunda sala e preste atenção em detalhes como o plano de fundo dos desenhos e os tipos de papel utilizados.De 7/11/2015. Até 14/2/2016.