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Em doze anos, empresário planta 18 000 árvores em margens de córrego

Trabalho de Hélio Silva resultou na fundação do Parque Linear Tiquatira, primeiro a receber o título na cidade

Por Felipe Neves
Atualizado em 5 dez 2016, 12h14 - Publicado em 24 jul 2015, 19h53
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LM8F9865 (Mario Rodrigues/)
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O paulistano Hélio Silva gosta de conversar com as árvores do Parque Linear Tiquatira, na Penha — é com a natureza que divide seus problemas. “Elas me ouvem e, se não indicam a solução, me ensinam a esperar com paciência até que as questões se resolvam”, diz. O morador da Zona Leste sabe tudo sobre as “amigas”, da espécie à época do seu plantio.

A tarefa não se mostra das mais simples. São aproximadamente18 000 exemplares, todos cultivados por ele em um trabalho de mais de uma década de duração. A iniciativa começou em 2003, quando Silva percebeu a necessidade de revitalizar parte das margens do Córrego Tiquatira. Sujo e degradado, o espaço da prefeitura servia como estacionamento. “Tive um despertar ecológico. Vendo a situação, falei para minha mulher que mudaria aquele cenário em uma década”, lembra. Mesmo desacreditado, decidiu lançar-se na empreitada.

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A primeira tentativa foi frustrante. Vândalos arrancaram quase todas as 200 mudas compradas pelo empresário do setor de produtos orgânicos para arborizar o pedaço. Ele insistiu na ideia com uma segunda leva, dessa vez de 400 plantas, novamente destruídas. “Alguns comerciantes da região pensavam que as copas poderiam prejudicar a visibilidade de suas placas e ajudaram a acabar com o projeto”, acredita.

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Aos poucos, no entanto, o verde foi tomando conta da paisagem e ganhando a simpatia dos moradores. Em 2007, viam-se 5 000 árvores por ali. O poder público também resolveu investir no terreno e criou o parque, o primeiro da capital a exibir o título de “linear”, com o objetivo de preservação ambiental ao longo de extensões de água. Hoje, em meio a jatobás, ipês e embaúbas, a área apresenta cerca de 150 espécies, a maioria originária da Mata Atlântica. 

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Silva garante que não vai parar. “Fiz um pacto com Deus”, afirma. “Vou plantar 50 000 árvores nesse parque até meu último dia de vida.” Ele gasta em média 2 000 reais por mês com a atividade. O investimento não é só financeiro: “Passei 610 fins de semana aqui. Deixei de vir só em uns dez.”

 

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