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Após sucesso em ‘O Outro Lado do Paraíso’, Juliana Caldas estreia solo

A atriz paulistana vive ser mágico da natureza em "VIK - O Micro Espetáculo", peça que mistura teatro com ilusionismo e chega à capital neste sábado (30)

Por Júlia Rodrigues
29 jul 2022, 06h00

Um misto de nervosismo e felicidade. É como Juliana Caldas, 35, se sente para a estreia de VIK – O Micro Espetáculo, neste sábado (30), no Teatro Alfa. No primeiro solo, que também marca sua volta aos palcos, ela vive VIK, um ser mágico que precisa proteger o reino vegetal. Trata-se de mais um dos trabalhos do diretor curitibano Maicon Clenk, cujas obras misturam teatro, dança, mágica e ilusionismo, em uma atmosfera fantástica, que desafia a noção de realidade. A atriz paulistana ficou conhecida nacionalmente pelo papel na novela O Outro Lado do Paraíso, de Walcyr Carrasco (dramaturgo e colunista de VEJA), exibida entre 2017 e 2018 na TV Globo. Ela interpretou Estela, jovem maltratada pela mãe, Sophia (Marieta Severo), por ter nascido com nanismo.

A carreira profissional, porém, começou bem antes, aos 19 anos. Participou de montagens teatrais de clássicos infantis como A Bela e a Fera e Peter Pan, da Cia. Black and Red, e integrou o elenco de figurantes da ópera I Pagliacci, dirigida por William Pereira no Teatro Municipal, em 2014. Acredita ser essa experiência uma das maiores emoções de sua carreira. “Joguei para o universo que um dia gostaria de me apresentar lá, sem pensar muito sobre. E deu certo. Aproveitei para conhecer todos os andares daquele lugar lindo”, conta.

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Juliana Caldas, mulher branca, magra e com nanismo, posa sorrindo, olhando para cima e com uma das mãos no queixo. Ela está em pé, tem cabelos presos e castanhos, e veste um macacão verde escuro
A atriz paulistana Juliana Caldas: primeiro solo (Pino Gomes/Divulgação)

O convite para VIK veio pouco tempo depois do término da novela, em 2019. Trata-se da mais recente produção da Cia. Clenk Teatro Ilusionista, fundada por Maicon Clenk em 2005 e que propõe a inserção do ilusionismo na dramaturgia, misturando-o com várias linguagens artísticas. “Os efeitos não acontecem sem um propósito maior, como em um show comum de mágica. Há uma história, com personagens. Os atores, dançarinos, todos podem ser mágicos, pois o espetáculo em si é mágico”, explica o idealizador. Algumas das características das realizações do grupo são os temas abstratos e a ausência quase total de texto. “Foi bem intenso e trabalhoso. Como não há falas, tenho de transmitir toda a mensagem do espetáculo através do corpo”, afirma a atriz, cujo papel é o primeiro do gênero.

Na contramão dos outros espetáculos de Clenk, VIK tem cenário mais “simples”, pensado para teatros menores, e elenco com somente uma única atriz. Além dos números de ilusionismo — em certo momento, a personagem flutua no ar —, o espetáculo se utiliza de iluminação e projeções para acentuar a magia e aproximar o público da trajetória poética da personagem. Juliana divide a cena com três bonecos, seres fictícios da natureza, manipulados por vezes por ela mesma. Eles foram criados por Jésus Sêda, um dos artistas responsáveis pela confecção dos bonecos das séries Cocoricó e Castelo Rá-Tim-Bum, ambas exibidas com enorme sucesso pela TV Cultura.

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Boneco que parece um lagarta, com olhos vermelhos e pelo verde. Ele está em um palco com areia
Um dos bonecos da montagem: do mesmo artista de “Cocoricó” e “Castelo Rá-Tim-Bum” (Divulgação/Divulgação)

O projeto estava previsto para estrear em São Paulo em 2020, mas, devido à pandemia, conseguiu passar apenas por Curitiba, ainda em 2019, com outra atriz no papel-solo. Neste ano, com Juliana no elenco, fez mais apresentações na capital paranaense e outras em cidades da região Sul. Para Juliana, que nasceu e viveu toda a vida em São Paulo, é ótimo voltar a atuar na capital e estar em casa, ao lado da família e dos amigos. “Ver as sessões lotadas, como aconteceu com todas as apresentações que fizemos no Sul, as pessoas voltando a consumir cultura depois de toda essa loucura, dá a sensação de que há uma luz no fim do túnel”, acredita.

Sobre a representatividade de atores com algum tipo de deficiência, mais especificamente o nanismo, a atriz vê a internet como uma das aliadas na conscientização do público, mas acredita que há muito a melhorar. “As pessoas ainda precisam aprender a separar a minha deficiência do meu talento. Sou grata pela abertura que o Walcyr fez, pois foi a primeira vez em que esse assunto foi abordado em uma dramaturgia séria, não de maneira debochada e estereotipada, em horário nobre”, afirma. Ela, que diz não ter visto o número de propostas de trabalho aumentar depois da atuação na novela, também devido ao preconceito, e apesar de estar focada em VIK, toparia outros papéis na televisão.

Rec. a partir de 4 anos. (60min). Teatro Alfa. Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722, Santo Amaro, ☎ 5693-4000. Sáb., 16h e 20h30. Dom., 16h. R$ 40,00. Até 28/8. teatroalfa.com.br.

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Publicado em VEJA São Paulo de 3 de agosto de 2022, edição nº 2800

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