Conheça a Stereo, ‘primeira festa não monogâmica’ de São Paulo
Evento busca reunir adeptos de diferentes formas de relacionamento e criar ambiente seguro para público diverso
O típico flerte de perguntar se uma pessoa está só ou acompanhada não funciona na nova festa da noite paulistana. Isso porque a ideia é que todos estejam “na pista”. A Stereo se define como a primeira festa não monogâmica de São Paulo.
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Criada em 2019, a partir de uma comunidade no Facebook, ela teve duas edições antes da pandemia, com cerca de 200 pessoas, e quase triplicou seu público quando retornou em setembro de 2022. A edição mais recente, em abril, reuniu 750 adeptos das diferentes formas de relacionamento.
As criadoras explicam que, ao contrário do que se imagina, não há similaridade com uma casa de suingue. “É um ambiente seguro, com pessoas que se identificam com a não monogamia política”, afirma Laís Fraga, de 33 anos, que trabalha como DJ. “As pessoas estavam carentes de um espaço de pertencimento e celebração de quem são, com diversidade de corpos, raças e identidades”, comenta Erika Novaes, 43, psicóloga. “Eu sentia a necessidade de um lugar como esse. Nunca pude ser eu mesma, nem como LGBT nem como não monogâmica. É muito bom ir numa festa, me sentir livre e poder querer beijar Deus e o mundo sem ninguém ficar me questionando”, conta Simone Bispo, 35, publicitária.
A Stereo propõe dinâmicas para mais interação entre o público. Na edição de abril, com o tema “Marmitaria”, as pessoas recebiam um cartão de fidelidade e podiam coletar selinhos de pretendentes ao longo da noite. Quem completasse ganhava um copo da festa.
Mas, afinal, monogâmicos podem entrar? “Não temos a intenção e não teria como fazer esse controle”, diz Erika. “Tenho amigos que têm curiosidade de saber como é. E podem ir, só não são protagonistas do rolé”, acrescenta Simone. “Pode entrar, só não pode dar pinta”, brinca Laís.
A próxima edição será em 24 de junho, na HeyHey Club (Rua Marquês de Itu, 284), com o tema “Barraca do beijo triplo”.
Publicado em VEJA São Paulo de 31 de maio de 2023, edição nº 2842