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SP-Arte chega à 20ª edição com mais de 3 mil obras no Pavilhão da Bienal

Evento celebra duas décadas com 190 participantes e seleção de galerias e artistas do cenário nacional

Por Humberto Abdo, Laura Pereira Lima, Mattheus Goto e Sérgio Quintella
Atualizado em 14 Maio 2024, 10h57 - Publicado em 29 mar 2024, 06h00
Imagem do Pavilhão e seus andares
Pavilhão da Bienal irá receber a SP Arte (Masao Goto Filho/Veja SP)
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Com mais de 50 000 obras expostas ao longo de duas décadas, a SP-Arte chega à 20ª edição mantendo a busca por tendências e novidades do cenário artístico nacional. De 4 a 7 de abril, o Pavilhão da Bienal vai reunir galerias, estúdios de design, editoras e artistas de várias regiões do Brasil e de países como Uruguai, México e Argentina.

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Dos 41 expositores que integraram o primeiro ano da feira, criada em 2005, desta vez serão mais de 190 representantes, todos com obras à venda nos estandes. De jovens expoentes a grandes nomes da arte brasileira, a feira traz um panorama de artistas.

Homens erguem peça grande de madeira no meio de um pavilhão
Montagem da SP Arte no Pavilhão da Bienal (Masao Goto Filho/Veja SP)

“O esforço e o frio na barriga continuam os mesmos, com o desafio de manter a voz do Brasil no exterior, trazer novas galerias e atrair um público correspondente à expectativa delas”, afirma a fundadora e diretora, Fernanda Feitosa. Para criar esse formato, ela se inspirou nas feiras de arte europeias (leia abaixo um perfil da empresária).

A SP-Arte é tida como uma grande vitrine para projetar obras e artistas e contribui para a formação do acervo de museus e coleções particulares. É importante, contudo, ponderar que só estão ali os artistas que têm representação comercial das galerias; os que não têm, não estão.

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“A feira é bem abrangente, mas é impossível dar conta de toda produção existente”, observa Regina Teixeira de Barros, curadora coordenadora do Masp. “Ainda assim, funciona como uma locomotiva e dá um impulso no mercado. Quando há momentos de crise, ela tem o papel da estabilidade e movimenta vendas, pessoas, encontros, artistas e todo o sistema.”

Imagem de carrinho de golfe descendo corredor curvo de pavilhão
Montagem do espaço de 22 000 metros quadrados: evento espera receber mais de 30 000 pessoas (Masao Goto Filho/Veja SP)

Para os artistas, é a hora de se apresentar ao público e criar conexões. “O repertório de obras bastante nacional é uma característica dessa feira”, opina Tálisson Melo, curador e pesquisador do Instituto de Estudos Brasileiro da USP. “Por meio dela, é possível ver como o mercado reage às mudanças do campo artístico, esse olhar que se altera de tempos em tempos. Agora podem surgir novos olhares sobre questões ambientais, por exemplo. A renovação da última Bienal de São Paulo e a participação de um curador brasileiro na Bienal de Veneza também criam novas possibilidades de intercâmbio.”

“A arte vive de símbolos, e a SP-Arte se tornou um deles”, define Daniel Rangel, curador do Museu de Arte Contemporânea da Bahia. Mesmo a 2 000 quilômetros de distância da capital paulista, o museu baiano decidiu aproveitar a data da feira para inaugurar a mostra coletiva Iniciadas: Ancestralidades Contemporâneas, composta por seis jovens. “Queremos fazer parte desse ecossistema que a SP-Arte produz.”

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Pilares brancos e constrção em pavilhão
Montagem da feira SP Arte, no prédio da Bienal, no Parque Ibirapuera. (Masao Goto Filho/Veja SP)

A feira também estimula o processo de doações de obras para grandes instituições de arte do país, com pessoas físicas e jurídicas, que compram e destinam esses trabalhos a locais consagrados como o Masp, o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) e a Pinacoteca de São Paulo.

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“Nossas aquisições seguem uma certa política para acompanhar a produção de artistas jovens e cobrir lacunas que o acervo demonstra historicamente”, explica Jochen Volz, diretor-geral da Pinacoteca. “Nós mesmos já indicamos aos nossos parceiros e apoiadores algumas opções de obras que nos interessam.”

Em sintonia com essa tradição, o próprio MAM terá no pavilhão uma exposição do Clube de Colecionadores, um conjunto de obras de tiragem limitada criadas por artistas brasileiros. “A SP-Arte é importante para reforçar o mercado nacional, pois tem gente que vai ao exterior para comprar obras brasileiras, o que é bem estranho”, pontua Cauê Alves, curador-chefe do museu. “É uma feira forte por aqui e também atrai colecionadores internacionais.”

Em vinte anos, a SP-Arte já expôs estrangeiros como o chinês Ai Weiwei, a colombiana Olga de Amaral e o americano Jeff Koons, além de ter recebido criações de brasileiros célebres como Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti e Candido Portinari.

Atraídas pela seleção anual de obras e criativos, celebridades internacionais como Cher, Kate Moss e Sharon Stone também já visitaram os corredores de edições passadas.

“Um dos nossos maiores desafios é a formação de público e a luta contra a percepção de que galerias são lugares elitistas e pessoas não são bem-vindas. A atuação da feira vai contra isso”, opina Ian Duarte, sócio da Verve, uma das participantes deste ano. “A feira modificou o cenário de artes visuais em São Paulo e toda a forma de pensarmos todo o processo”, acredita Ulisses Cohn, sócio-diretor da DAN Galeria. “Esse é um dos grandes eventos que colocam arte e cultura em pauta sem deixar de ir além do circuito de arte”, completa Jochen.

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Parque Ibirapuera, portão 3, Ibirapuera, 3077-2880. → Quinta (4) e sexta (5), 13h/20h. Sábado (6) e domingo (7), 11h/19h (abertura só para convidados em 3/4). R$ 80,00. Vendas pelo site: bilheteria.sp-arte.com

GRANDES DIMENSÕES

Os números superlativos da feira

500000 visitantes

já passaram pela SP-Arte em vinte anos

15 países,

em média, já participaram de edições passadas, entre eles Costa Rica, França e República Tcheca

31 000 pessoas

visitaram a última edição da feira, em 2023

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3 200 obras

é o número estimado de peças em exposição nesta 20ª edição

22 000 metros quadrados

serão ocupados nesta 20ª edição

LINHA DO TEMPO

Os marcos do evento em duas décadas de história

Duas mulheres brancas sorriem em evento de arte com pilares brancos e pessoas ao fundo. Uma veste regata branca e a outra uma peça preta
Kátia Avillez e Fernanda Feitosa em 2005 (Acervo SP-Arte/Divulgação)

2005: Primeira edição

Com 41 galerias e cerca de 600 obras, a edição de 2005 marcou a inauguração da SP-Arte, atraindo um público de mais de 7 000 pessoas.

2012: Início do Laboratório Curatorial

Concebido por Adriano Pedrosa, curador da Bienal de Veneza 2024, o projeto estimulava jovens curadores a desenvolver projetos expositivos, como uma plataforma de profissionalização. De 2012 a 2014, o programa selecionou nomes como Bernardo Mosqueira e Marta Mestre.

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2014: Primeira edição do programa Solo

Ambiente com chão cinza e parede repleta de quadros e folhas
Setor Solo, em 2014 na SP-Arte (Acervo SP-Arte/Divulgação)

Consistia em exposições individuais de artistas selecionados por curadores convidados, como Rodrigo Moura e Alexia Tala. Olga de Amaral e Voluspa Jarpa foram duas das artistas que protagonizaram exposições no programa, que durou até a edição de 2019.

2015: Inauguração dos setores Performance e Open Plan

Ayrson Heráclito e Carla Borba foram dois que se apresentaram no Performance, dedicado a movimentos e práticas corporais. No mesmo ano, Open Plan abriu espaço para grandes esculturas e instalações, até 2016.

2017: Primeira edição de Repertório

Homem encara amontado de roupas em pavilhão
Primeira edição de Repertório (Acervo SP-Arte/Divulgação)

Em vigor entre 2017 e 2019, o projeto buscou estabelecer um diálogo entre artistas internacionais pouco conhecidos no Brasil e nomes historicamente relevantes para a arte brasileira.

2019: Recorde de público presencial

Foram 36 000 visitantes. A edição também bateu recorde com seu programa de doações, com cerca de setenta obras doadas.

2020: Primeira edição do SP-Arte Viewing Room

Em 2020 e 2021, a feira foi realizada de forma on-line. Na estreia do formato, foram mais de 56 000 visitantes, dos quais 15% eram estrangeiros e 40% de fora do eixo São Paulo-Rio de Janeiro.

PASSOS INTERNACIONAIS

Após vinte anos de trajetória da feira, Fernanda Feitosa busca a cada edição aumentar a diversidade de participantes e atrair o mercado internacional

Mulher com franja grisalha posa apoiada em parede de tijolos. Veste peça preta, por baixo camisa branca, e calça vermelha
Fernanda Feitosa, diretora da mostra SP Arte. (Masao Goto Filho/Veja SP)

Depois de encerrar a carreira de advogada e se mudar para a Argentina com a família, Fernanda Feitosa, 57, nascida no Rio de Janeiro, passou três anos sabáticos até idealizar seu novo projeto: a SP-Arte. Inspirada pelas feiras de arte europeias, ela lançou a primeira edição em 2005, com 41 galerias e cerca de 600 obras.

“Àquela altura, já gostava de frequentar o circuito das artes e achava muito rica a convivência pessoal com essa área”, relembra. “Por isso, quando voltamos ao Brasil, quis investir em algo diferente, que fizesse parte do campo do empreendedorismo.”

Vinte anos depois, um dos focos da empresária continua sendo atrair a atenção (e visitação) de novos galeristas e colecionadores. “Na América do Sul, ainda temos desvantagem em relação ao calendário tão concorrido dos eventos de arte na Europa”, observa.

Para contemplar artistas cada vez mais diversos, Fernanda conta com a ajuda de um comitê composto por cerca de quinze pessoas. “Passamos o ano todo muito antenados com o que está acontecendo para acompanhar uma galeria nova que possa abrir lá em Goiânia ou São Luís”, exemplifica. “Ao aproximar todos, a SP-Arte acabou propiciando trocas de galerias veteranas para as galerias mais jovens. Passou a ser uma plataforma de formação profissional.”

Maior e mais abrangente, hoje o evento também é um termômetro para as novidades e transformações no cenário artístico. “Muita coisa mudou e outras não mudaram nada… Antigamente, eu fazia toda a comunicação por carta”, diverte-se. “Hoje em dia preciso trazer representantes da sociedade atual, com galerias e artistas que lidam com temas próprios do Norte ou Nordeste, artistas indígenas, mulheres e questões LGBTQIA+. Tudo para traduzir a contemporaneidade.”

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Na abertura da última edição, a organização foi pega de surpresa com a intervenção artística de Negro M.I.A., que questionou uma possível falta de diversidade ao escrever, com uma lata de spray, em um painel livre: “cadê a arte preta?”.

“A feira acaba sendo palco para essas manifestações. Não vejo como crítica à SP-Arte, mas uma crítica social que cabe a todos nós”, opina. “Acho que a seleção reflete cada vez mais a riqueza e pluralidade do mercado da arte e da sociedade. Já é o máximo do que podemos alcançar? Não. Temos apenas uma galeria cuja dona é uma artista negra, a Igi Lola Ayedun, da HOA, e neste ano virá também a Nosco, de um galerista negro da Inglaterra. Caminhamos um longo caminho, mas ainda temos muito a continuar.”

Em sua coleção pessoal, o recorte é mais específico. “Tenho apreço pela arte do pósguerra dos anos 1950 e 1960, uma expressão que chamamos de art pop brasileira, e também me interesso por fotografia”, conta. “Todo colecionador é muito compulsivo. Quase toda semana recebo ofertas de obras, as pessoas ligam dizendo ‘sei que você gosta desse artista’.”

Para os próximos anos, ela sonha em reconquistar a presença de galerias internacionais. “Chegamos a ter 58 do exterior participando entre 2012 e 2016, auge. Desde então, essa participação vem decrescendo”, diz. “O Brasil deixou de estar na rota dessas galerias internacionais e agora há uma quantidade maior de feiras em locais onde o mercado da arte antes não era tão promissor, como Hong Kong e Dubai.”

NOVA PALETA

Talentos que o público vai conhecer nesta edição

› Allan Weber

Quadro abstrato com área de listras azuis e fundo verde
Obra de Allan Weber (Rafael Salim/Galatea/Divulgação)

O artista nascido e criado na comunidade Cinco Bocas, Zona Norte do Rio de Janeiro, trabalhou como entregador e começou a produzir fotografias sobre o cotidiano dos motoboys. Suas obras investigam elementos da favela, como o baile funk e o tráfico.

› David Almeida

Quadro de paisagem exibe árvores e lago em tons verdes
Obra de David Almeida (Ana Pigosso/Divulgação)

Formado em artes plásticas pela Universidade de Brasília (UnB), utiliza tela, linho, madeira, cerâmica e gravura para discutir as problemáticas do espaço, a cidade e a paisagem regional brasileira.

› Dee Lazzerini

Homem branco de camiseta branca e calça preta segura alfinete e o aponta em direção a escultura em tom de bronze
Dee Lazzerini (Edson Kumasaka/Divulgação)

Esculturas cravejadas são marca registrada do artista mineiro que expõe duas obras no estande da DAN Galeria. “Costumo falar que o alfinete é minha tinta.”

› Diambe

Mulher negra posa sentada em pedra vestindo camisa branca e saia estampada
Diambe (Erick Assogba/Divulgação)

Artista trabalha com diversidade de materiais e formatos, desde coreografias e desenhos de fogo até esculturas de bronze. Participou da exposição Carolina Maria de Jesus: Um Brasil para os Brasileiros, no Instituto Moreira Salles, entre 2021 e 2022.

› Marina Woisky

Escultura verde em formato circular
Obra de Marina Woisky (Ana Pigosso/Divulgação)

Artista visual paulistana questiona em sua produção os limites entre a bidimensionalidade e o mundo 3D. Usa técnicas como o preenchimento de tecidos impressos com cimento e a justaposição de materiais para criar imagens que misturam fotografia, pintura e escultura.

› Sallisa Rosa

Mulher indígena de cabelos pretos longos sorri olhando para a foto, usa colar grande de esferas marrons e usa peça rosa
Sallisa Rosa (Audemars Piguet Contemporay/Divulgação)

A artista indígena usa fotografia, vídeo, performance e instalação para discutir temas como memória, ancestralidade, paisagem e erosão da terra. Sua instalação, Sallisa Rosa: Topografia da Memória, estará na Pina Contemporânea até 28 de julho.

FAROL DO MERCADO

Protagonistas do evento, as galerias cresceram em número ao longo das duas décadas. Dez delas, de veteranas a estreantes, revelam suas impressões sobre a feira e o que estão preparando para esta edição histórica

Homem de meia idade olha para o lado com um braço descansando no joelho. Veste camisa e óculos. A foto está em preto e branco
“A SP-Arte potencializa e dá visibilidade para as artes, galerias e artistas” – Ulisses Cohn, sócio diretor da DAN (Maria Petrucci/Divulgação)

› Almeida & Dale

Presente desde a primeira edição, a galeria de Antônio Almeida e Carlos Dale apresenta peças inéditas de titãs da arte moderna e contemporânea brasileira, como Adriana Varejão, Portinari, Di Cavalcanti, Lygia Pape e Tunga. “Existe um mercado antes e depois da SP-Arte”, afirma Antônio.

› Carmo Johnson Projects

Em sua terceira participação, a galeria exibe novamente obras do coletivo indígena MAHKU, do Acre, que fez uma individual no Masp em 2023 e foi convidado para criar um painel na Bienal de Veneza deste ano , mas ainda vê pouco interesse pelas peças. “A SP-Arte abre as portas, mas o mercado nacional não acompanha o sucesso internacional”, afirma Carmo.

› Cerrado

Estreante, a galeria foi criada em 2023 por Lucio Albuquerque, da Casa Albuquerque (Brasília), e a dupla Antônio Almeida e Carlos Dale, da Almeida & Dale, com a proposta de contemplar a produção artística e o público do Centro-Oeste. “Reunimos artistas diversos, de modernistas, passando por contemporâneos consagrados, até talentos promissores”, explica Júlia Mazzutti, diretora da equipe de Goiânia.

Moça branca de cabelos curtos sorri e veste camiseta branca
“Participar de feiras é essencial, e a SP-Arte é a primeira que vem à mente” – Julia Mazzutti, da estreante Cerrado Galeria (Markus Avaloni/Divulgação)

› DAN Galeria

Desde a primeira edição na SP-Arte. Para o sócio-diretor Ulisses Cohn, a feira potencializou e deu visibilidade para galerias, artistas e o cenário das artes em geral. “Era um mercado pulverizado, com pouca movimentação e relacionamento. A grande qualidade do evento é concentrar todo esse mercado e atingir um público maior”, diz.

› Galatea

A estreia da galeria de Antonia Bergamin, Conrado Mesquita e Tomás Toledo, três grandes nomes do mercado, foi no Rotas Brasileiras de 2022. “Foi um sucesso em todos os sentidos, tivemos uma resposta muito entusiasmada dos colecionadores”, conta Toledo. “A feira possibilitou a profissionalização do mercado e o acesso a galerias do Brasil e de fora”, completa. O destaque será uma peça especial de Maria Martins.

Duas mulheres sorriem, ambas vestindo peças pretas, a da esquerda com cabelos longos pretos, a da direita curtos
“Muitas pessoas que não frequentam galerias vão à feira e começam a se apaixonar por arte” – Myra Arnaud Babenco, da galeria Raquel Arnaud (Denise Andrade/Divulgação)

› Luisa Strina

Vai mostrar obras de artistas como Alexandre da Cunha, Alfredo Jaar, Anna Maria Maiolino, Bernardo Ortiz, Cildo Meireles, Jarbas Lopes e Olafur Eliasson. “É uma importante vitrine de nosso portfólio para colecionadores de todos os estados e fora do país”, diz Luisa. Segundo a galerista, o evento foi fundamental para desenvolver o mercado.

› Millan

Mais de trinta artistas vão ocupar uma área de 100 metros. “O time é eclético; sou de uma geração em que a arte não era considerada nem branca, nem preta, nem amarela, nem vermelha”, crava André Millan, 64. “O que me interessa é a qualidade e a ferramenta que usam.” Um exemplo é a artista visual Marina Woisky.

Senhora de cabelos curtos encara séria a câmera, usa brincos pequenos e suéter preto. A foto está em preto e branco
O público tinha medo de entrar na galeria, achava que era elitista demais. A feira ajudou a desmistificar isso” – Luisa Strina (Bob Wolfemson/Divulgação)

› Paulo Darzé Galeria

De Salvador, a galeria participa desde a primeira edição do evento. “A finalidade é mostrar o que a Bahia produz. Metade dos nossos clientes foi conquistada na feira”, diz o proprietário, Paulo Darzé, que neste ano levará obras de J Cunha. “A feira vem numa crescente de diversidade. Quebrou a barreira que existia no início contra artistas nordestinos, contemporaneizou”, acrescenta.

› Raquel Arnaud

A veterana traz para esta edição um recorte da exposição comemorativa dos seus 50 anos, com curadoria de Jacopo Crivelli Visconti — que já representou o país na Bienal de Veneza —, apresentando uma linha do tempo de sua história a partir de obras de artistas como Amilcar de Castro, Mira Schendel, Waltercio Caldas e Iole de Freitas. “Tomo cuidado para continuar o legado da minha mãe, que sempre colocou os artistas em primeiro lugar”, afirma Myra Arnaud Babenco.

Homem branco de barba e cabelos escuros encaracolados usa óculos e encara a câmera. Ao fundo, árvore e plantas verdes
“Aos 20 anos, a feira se consolida como uma das mais importantes para o mercado de arte brasileiro” – Tálisson Melo, curador (Arquivo Pessoal/Divulgação)

› Verve

Em seu sexto ano de SP-Arte, vai expor obras pautadas pelo tema “Corpo habitat”. O projeto coletivo busca refletir sobre a relação do ser humano com a natureza, a linguagem e as plataformas. O destaque será a escultura em bronze de Marco Paulo Rolla. “É importante para nós ter a ideia de um projeto, para que o visitante possa se conectar de maneira mais profunda”, afirma Ian Duarte, sócio da galeria junto de Allann Seabra.

› Daniel Rangel, curador do Museu de Arte Contemporânea da Bahia

Homem branco de camiseta branco ao lado de painel azul indicando MAC Bahia
Daniel Rangel, do MAC Bahia (Fernando Barbosa/Divulgação)

“A SP-Arte é um espaço fundamental, não só no cenário nacional como no internacional, se tornando um hub de comunicação muito forte. A arte vive de símbolos, e a feira se tornou um deles. Abriremos uma exposição em Salvador no dia 2 para pegar um rebatimento do evento de São Paulo. Ela se chamará Iniciadas: Ancestralidades Contemporâneas. É um trabalho coletivo de seis jovens baianos, como Glicéria Tupinambá. A gente quer estar dentro desse ecossistema que a SP-Arte produz, mesmo estando a 2 000 quilômetros de distância. Como não sou consumidor nem colecionador, a feira é para mim uma pesquisa, uma pesquisa primária.

Azulejo redondo branco com quebras e vincos em fundo azul
Azulejão (2018), de Adriana Varejão: à venda pela primeira vez na Almeida & Dale (Sergio Guerini/Almeida & Dale/Divulgação)
Obra com quebra no centro em parede de tom terroso
Série Um & Outro II (2000), de Anna Maria Maiolino: parte da história da Galeria Raquel Arnaud (Galeria Raquel Arnaud/Divulgação)
Peça reta branca com dois retangulos amarelos menores de pé à frente
Sem título, da série Livro do Tempo (1965), de Lygia Pape: obra inédita na Almeida & Dale (Almeida & Dale/Divulgação)
Cenário desértico de quadro em tons de cinza
Glovetrotter (2010), de Cildo Meireles: destaque no estande de Luisa Strina (Edouard Fraipont/Divulgação)
Série de fotos de silhuetas praticando capoeira
Fotografia Blue Tango (1984), de Miguel Rio Branco: na Millan (Millan/Miguel Rio Branco/Divulgação)
Desenho em close de rosto de aviador com boca coberta por equipamento preto, usando capacete amarelo
Aviador (1986), de Claudio Tozzi: artista representado pela Referência Galeria de Arte (Ewely Branco Sandrin/Divulgação)
Pintura abstrata com borrões em tons de azul, branco, vermelho, verde e amarelo
Pintura A Mulher Inventa a Mulher (2022), de José Roberto Aguilar: destaque da DAN Galeria (Guilherme Gallé/Divulgação)

 

 

Publicado em VEJA São Paulo de 29 de março de 2024, edição nº 2886

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