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Produtor de John Lennon, Roy Cicala morre em São Paulo

No Brasil desde 2006, o americano foi enterrado no Cemitério do Redentor nesta terça (21)

Por Redação VEJASAOPAULO.COM
Atualizado em 5 dez 2016, 15h18 - Publicado em 22 jan 2014, 20h37
Roy Cicala, John Lennon e Yoko Ono_2193
Roy Cicala, John Lennon e Yoko Ono_2193 (Arquivo pessoal/)
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O engenheiro de som e produtor americano Roy Cicala morreu aos 74 anos, em São Paulo, de falência múltipla dos órgãos – ele lutava contra um câncer no fêmur. O enterro foi realizado na tarde desta quarta (22), no Cemitério do Redentor.

Cicala é um dos principais produtores e engenheiros de som do mundo. Famoso nas décadas de 70 e 80, período em que foi sócio do Record Plant Studios, em Nova York, ele gravou e produziu trabalhos de artistas como John Lennon, Jimi Hendrix, Miles Davis, Elvis Presley e Tom Jobim – ele participou das gravações de Passarim (1987). 

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O americano trabalhou com o ex-beatle em sua carreira solo. Foi o criador do efeito que faz com que a voz de Lennon pareça ecoar em canções como Imagine, faixa-título do álbum em que participou da produção em 1971.  

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Ele trocou Nova York por São Paulo em 2006. A saudade da filha Hannah, cuja mãe é brasileira, transformou uma visita de duas semanas em mudança. “Vim apenas para passar duas semanas com ela. E isso já faz cinco anos”, disse em entrevista à Veja São Paulo em 2010. Instalou-se na Vila Mariana e abriu seu próprio estúdio, o S.A Plant Studio, nas imediações, com cinco salas projetadas por ele.

 

Na época, afirou gostar de viver em São Paulo, que comparava a Nova York como centro de negócios e de profissionalismo musical. Tais características o encorajaram a abrir uma escola na cidade, a The Record Plant School, voltada à formação de produtores. “Quero ensiná-los a usar corretamente o microfone durante as gravações.” Para ele, tanto brasileiros quanto americanos pecam por separar demais os sons emitidos pelos instrumentos, evitando que o barulho de um seja captado pelo microfone de outro. “Esse perfeccionismo faz com que a música soe artificial.”

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Em 1963, quando iniciava sua trajetória, como técnico de som, auxiliou o produtor Phil Ramone na gravação de Girl from Ipanema, com Astrud Gilberto e Stan Getz. Preparavam o álbum Getz/Gilberto, propulsor de uma onda de bossa nova no exterior. O LP incitou Cicala a querer atuar como engenheiro de som e, posteriormente, como produtor. “Senti a fascinação proporcionada pela música”, diz. “Ainda é a única coisa capaz de aliviar minha tensão quando fico parado no trânsito paulistano.”

 

 

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