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Regina Braga faz residência artística com monólogo no MIS

O espetáculo <em>Desarticulações</em> estreia na próxima sexta (26)

Por Bruno Machado
Atualizado em 5 dez 2016, 15h48 - Publicado em 19 jul 2013, 14h57
Desarticulações - Teatro
Desarticulações - Teatro (Roberto Setton/)
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Em novembro de 2011, Paulo Roberto Pires, editor da revista Serrote, convidou  Regina Braga para ler Desarticulações, de Sylvia Molloy, durante o lançamento da nona edição do periódico.  Foi amor à primeira vista. “O texto é um verdadeiro desafio à inteligência”, afirma a atriz, referindo-se ao diário escrito pela romancista, no qual narra a perda gradativa de memória da companheira M.L., acometida pelo mal de Alzheimer. Não foi necessário muito esforço para que Regina abraçasse a sugestão de Pires e da amiga e parceira de trabalho Isabel Teixeira de transformar os escritos em um espetáculo teatral.  O resultado, o monólogo dramático homônimo, estreia no Museu da Imagem e do Som na próxima sexta-feira (26).

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Embora seu trabalho anterior, Um Porto Para Elisabeth Bishop, fosse um monólogo baseado no relacionamento entre duas mulheres, Regina descarta qualquer parentesco entre os dois espetáculos. “Esse novo monólogo tem uma característica mais experimental e performática que o anterior. É como Bishop diz em um momento do texto: ‘Estou no lugar que quero estar, onde quero estar, fazendo o que quero fazer’”.

Apaixonada pelo texto da argentina, desde dezembro, a atriz e Isabel, agora diretora da montagem, começaram a trabalhar numa nova tradução do original em espanhol, a fim de se apropriar das palavras da autora e construir uma dramaturgia. Nossa maior preocupação eram os tempos verbais, já que no original, Sylvia está narrando algo que já aconteceu. No palco, tudo aquilo está acontecendo. Em um determinado ponto do trabalho, já tínhamos mais de dezesseis versões do texto”, explica a atriz.

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Às duas, uniu-se o cenógrafo Marcos Pedroso, que leva no currículo a direção de arte de longas de Phillipe Barcinski e Karim Aïnouz, entre outros. Ele foi o responsável por criar um cenário para a peça, que desde o princípio foi pensada para um espaço alternativo ao palco italiano. “Como estamos discutindo a memória, nós achamos que seria interessante apresentar o monólogo em um museu”, explica a atriz, que se aproximou de diversas instituições até receber uma resposta positiva do Museu da Imagem e do Som. O resultado é como uma residência artística no lugar. “Estamos preenchendo esse espaço. O que o público vai ver ainda é um trabalho em construção. O tema permite que tenhamos algumas brechas no processo, e agora estamos totalmente abertas à experimentação. Um misto de teatro e instalação artística”.

A peculiaridade do espetáculo faz com que a atriz não pense em levá-lo, inicialmente, para outras cidades.  “Esse projeto não foi idealizado como uma peça convencional, para cumprir temporada em um teatro. É diferente de simplesmente levantar um cenário, montar a luz e decorar o texto. Mais do que qualquer coisa, ele é fruto da convivência com essas pessoas talentosas que tenho ao meu redor”, derrete-se.

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