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Irmã de Paulo Gustavo escreve carta para Bolsonaro: “não despeje seus sentimentos, não os aceito”

Ator morreu em decorrência da Covid-19 e presidente publicou mensagem de pesar nas redes sociais

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 30 Maio 2021, 11h35 - Publicado em 30 Maio 2021, 11h33
A imagem mostra Paulo Gustavo posando para a câmera
Paulo Gustavo (Reprodução/Instagram/Veja SP)
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A irmã do ator Paulo Gustavo (1978-2021), Juliana Amaral, escreveu um texto nas redes sociais para o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O humorista morreu no início deste mês por complicações da Covid-19.

Depois do falecimento de Paulo, Bolsonaro postou nas redes sociais: “meus votos de pesar pelo passamento do ator e diretor Paulo Gustavo, que com seu talento e carisma conquistou o carinho de todo Brasil. Que Deus o receba com alegria e conforte o coração de seus familiares e amigos, bem como de todos aqueles vitimados nessa luta contra a Covid”.

Neste sábado (29), Juliana escreveu: “me disseram algo sobre o senhor ter postado condolências à minha família”, escreveu ela, para o presidente. “Só agora tive forças de vir responder como o senhor merece. O mínimo que posso lhe dizer é que, por coerência, nunca mais ponha na sua boca o nome do meu irmão”.

“Essa boca que disse não à vacina e condenou tanto à morte, essa mesma boca que debochou imitando pessoas com falta de ar, pessoas que viveram o horror que meu irmão viveu. Também espero que o senhor não deseje sobre minha família os seus mais sinceros sentimentos pois eu não os aceito”.

E finaliza: “enquanto ele ia na estrada da vida, do afeto, da generosidade e empatia, o senhor vem pelas trevas, trazendo escuridão e morte. O Brasil que  senhor comanda carrega nas costas quase 500 000 filos mortos e dentre eles o meu irmão”.

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Leia a carta completa:

Sr. presidente, me disseram algo sobre o senhor ter postado condolências à minha família. Só agora tive forças de vir responder como o senhor merece, e o mínimo que eu posso lhe dizer é que, por coerência, nunca mais ponha na sua boca o nome do meu irmão.

Essa boca que disse não à vacina e condenou tantos à morte, essa mesma boca que debochou imitando pessoas com falta de ar, pessoas que viveram o horror que meu irmão viveu, não pode ser usada para pronunciar o nome dele nem lamentar a morte de todos os vitimados pela Covid.

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Também espero que o senhor não despeje sobre minha família os seus mais sinceros sentimentos pois eu não os aceito. Não sei que sentimentos tem um homem que deixa um país inteiro entregue à morte. Guarde pra você seus sentimentos e não nos obrigue a lidar com eles.

Seus votos de pesar também peço que deposite em sua própria consciência, pois é sobre o seu governo que pesa a pior gestão desta pandemia mundial. Espero que o senhor saiba que meu irmão e você não tinham nada em comum. Vocês trafegam em vias opostas. Enquanto ele ia na estrada da vida, do afeto, da generosidade e empatia, o senhor vem pelas trevas, trazendo escuridão e morte. O Brasil que o senhor comanda carrega nas costas quase 500 mil filhos mortos, e dentre eles o meu irmão.

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