Confira as finalistas da categoria “cultura” no prêmio CLAUDIA
Votação está disponível até as 18h de 25 de setembro
A 22ª edição do prêmio CLAUDIA acontece no dia 2 de outubro, na Sala São Paulo. Trata-se de uma premiação feminina que tem como objetivo reconhecer o talento, as histórias de superação e a realização de brasileiras em diferentes áreas.
A escolha é feita por meio de uma votação aberta, disponível neste link até as 18h do dia 25.
A seguir, conheça as três finalistas da categoria “cultura”:
Conceição Evaristo nasceu na favela Pindura Saia, em Belo Horizonte, onde, no fim do dia, costumava se reunir com a família a fim de contar e escutar histórias. Mudou-se para o Rio de Janeiro na década de 1970, onde trabalhou como professora. Dezoito anos depois, assinou o primeiro livro, Becos da Memória (1988), um romance publicado somente em 2006. Ao todo, publicou outras seis obras. Costuma abordar temas como discriminação de raça, gênero e classe. O livro de contos e poesias Olhas D’Água ficou em terceiro lugar no Prêmio Jabuti de 2015. Hoje, aos 70 anos, é mestre em literatura brasileira pela PUC-RJ e doutora em literatura comparada pela Universidade Federal Fluminense. Neste ano, Conceição ficou em cartaz no Itaú Cultural com a mostra Ocupação Conceição Evaristo.
Karen Worcman, de 52 anos, nasceu no Rio de Janeiro, mas morou na França e nos Estados Unidos, além de estudar dança em Nova York. Ao retornar para o Brasil, formou-se em história e, em seguida, organizou uma exposição sobre a imigração judaica no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro. O material exposto seria futuramente o coração do Museu da Pessoa, na Vila Madalena, fundado pela própria Karen, em 1991. O espaço reúne mais de 16 000 relatos pessoais, principalmente de anônimos. Grande parte das histórias foi adquirida pela internet, onde todo o material fica disponível. Os visitantes virtuais podem também fazer as vezes de curadores e organizar galerias temáticas, abertas ao público.
Maria de Lurdes, 72 anos, é conhecida como Cacique Pequena. Moradora de Aquiraz, a 30 quilômetros de Fortaleza, tornou-se primeira mulher cacique do Brasil em 1990. Nasceu e viveu sem poder enxergar até os 12 anos. Foi discriminada por outros caciques por ser uma mulher na liderança. Antes de assumir o posto, porém, Pequena já batalhava pela propriedade da terra onde vive seu povo e pela manutenção da cultura local. Depois de quase trinta anos de luta, resolveu registrar em um CD as canções que compõe desde a juventude. Faz isso enquanto desempenha as tarefas do dia a dia, como a colheita de frutos na floresta ou o banho no rio. Gravadas em português, as músicas são, para ela, uma forma de disseminar a cultura de seu povo. No ano passado, a cacique lançou Beleza da Vida no anfiteatro do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, em Fortaleza.