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“Descobri que meu namorado também gosta de homens”

Juliana relembra a apreensão ao descobrir sexualidade do namorado, Rodrigo Campos, e da época em que ele fez programa para os ajudar financeiramente

Por Juliana Martins, em depoimento a Vinicius Tamamoto
Atualizado em 21 Maio 2021, 12h06 - Publicado em 21 Maio 2021, 06h00

“Conheci Rodrigo em outubro de 2016, quando trabalhava em uma papelaria no Bom Retiro. Ele estudava perto e foi imprimir alguns textos para a faculdade. Já chegou dando cantada e pedindo meu telefone, mas não passei, tinha achado ele meio folgado e pensei que fosse só mais um cara. Para minha surpresa, ele escreveu seu número em um papel e me deu. Eu não liguei e no dia seguinte lá estava ele na loja fingindo que precisava comprar algo. Resolvi dar uma chance e saímos juntos numa sexta-feira. Dois meses depois, a gente já estava morando junto.

Rodrigo e Juliana sorrindo enquanto ele segura o cão, Wakanda
Rodrigo e Juliana com o cão de estimação, Wakanda (Reprodução/Arquivo Pessoal/Veja SP)

Um dia, encontrei algumas conversas estranhas no celular dele e vi que trocava fotos, digamos, bem à vontade com outros caras. Foi assim que descobri que Rodrigo é bissexual. Foi um choque, fiquei pensando em como seria a nossa relação dali para a frente. Na cabeça dele, trocar nudes não era uma traição e ele ainda estava se descobrindo. Conversamos abertamente sobre o assunto e as coisas foram se encaixando.

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Um tempo depois, passamos por dificuldades financeiras e não tínhamos dinheiro para pagar a faculdade. Rodrigo teve a ideia de criar um anúncio em um site para virar garoto de programa. Fiquei muito apreensiva, perguntei se ele tinha certeza de que queria fazer aquilo e acabei aceitando. Fui encontrá-lo logo depois do primeiro trabalho e senti um misto de ciúme e medo. Não achava que ele ficaria com caras durante o nosso relacionamento e me senti muito insegura. Pensei que ele poderia gostar mais de homens do que de mulheres e me trocar. Mas o tempo foi passando e nada mudou entre nós. Ele me trata da mesma maneira e acabei me libertando das neuras. Hoje até sinto mais ciúme de mulheres do que de homens (risos).

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Rodrigo e Juliana na praia, na beira do mar, dando um beijo
O casal em um bate e volta à praia no início de 2020 (Reprodução/Arquivo Pessoal/Veja SP)

Um dia, por exemplo, comentei que queria pintar o cabelo e Rodrigo se lembrou de um cliente cabeleireiro. Nós o encontramos no metrô e ele veio aqui em casa. Gostei tanto do resultado que o chamei de novo e acabamos ficando amigos. Eu sou heterossexual e, até onde sei, não conhecia pessoas gays, bissexuais, trans… Lembro que na escola tinha um garoto gay que era fã de Lady Gaga e o pessoal zombava muito, o preconceito era superforte. O Rodrigo me apresentou um mundo novo, temos muitos amigos LGBTs hoje em dia.

Ele não faz mais programas. Trabalha como analista financeiro e também vende fotos sensuais pela internet, com meu incentivo. Entre todos os meus relacionamentos, Rodrigo foi o único que realmente sempre se importou comigo, me ajudou com várias inseguranças, principalmente sobre meu corpo. É meu porto seguro e não consigo imaginar a vida sem ele. Estamos comprando o nosso apartamento e, quando a situação do país melhorar, queremos ter filhos.”

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Publicado em VEJA São Paulo de 26 de maio de 2021, edição nº 2739

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