Centro Cultural São Paulo reinaugura salas de espetáculo
Com uma reforma orçada em R$ 10 milhões, o CCSP volta, renovado, a sediar mostras de cinema e peças de teatro
Depois das salas de cinema Lima Barreto e Paulo Emílio, foi a vez do teatro Jardel Filho, que recebe peças teatrais, reabrir ao público do Centro Cultural São Paulo, que apresenta ao público o infantil Bem do Seu Tamanho e o drama Ensaio Sobre a Queda. Todos os equipamentos foram renovados, inclusive as mesas de som e luz da cabine. A mudança mais importante, no entanto, é o tratamento acústico dado à sala, que deve resolver o seu principal problema: durante as peças de teatro, era possível ouvir vozes, passos e até o barulho do metrô, entre outros ruídos externos ao espaço. O mesmo aconteceu com a sala Adoniran Barbosa, reservada a shows, que além das melhorias, ganhou dois pianos japoneses idênticos. “Além da Sala São Paulo, seremos a única sala de espetáculos da cidade equipada para uma performance perfeita de duos”, orgulha-se o diretor do CCSP, Ricardo Resende.
REFORMAS
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Depois de passar pela maior reforma desde a fundação do CCSP, há trinta anos, as salas de cinema também receberam novos equipamentos de projeção e áudio. Segundo o curador Célio Franceschet, a ideia é que em 2013, elas passem a fazer parte, definitivamente, do circuito alternativo de cinema da cidade, com uma programação que vai oferecer ao público uma mescla de filmes brasileiros com nomes estrangeiros contemporâneos, a exemplo do diretor dinamarquês Nicolas Winding Refn (Drive), que deve ganhar uma retrospectiva em breve. Também estão previstas sessões com o recurso de audiodescrição para deficientes visuais.No momento, somente a sala Lima Barreto está aberta ao público, mas no mês que vem, a sala Paulo Emílio deve começar a receber programação. Usada até então para espetáculos teatrais, o espaço já deveria estar exibindo filmes, porém, devido a problemas burocráticos durante a importação do projetor, vindo da Bélgica, o equipamento acabou preso na alfândega. Até fevereiro, o espaço deve ser integrado à programação audiovisual.
Orçada em cerca de 10 milhões de reais, a reforma do CCSP, no entanto, ainda não acabou. Segundo Resende, as obras continuam até o fim do ano, mas desta vez, sem grande prejuízo ao público, que poderá contar com programação a ser anunciada em breve. Além das áreas comuns, que serão revitalizadas, estão previstas obras nos espaços das bibliotecas e também no porão. Subaproveitado, o espaço no subsolo que abriga a sala Ademar Guerra vai ganhar um novo espaço cênico, que poderá ser usado para ensaios ou mesmo apresentações e uma reserva técnica onde ficará parte do acervo. Também fechado há alguns meses, o restaurante reabre em fevereiro sob nova direção com três serviços diferentes: lanchonete, self-service e pratos à la carte.
Como as áreas comuns do Centro Cultural São Paulo ainda não passaram por mudanças, quem passa por ali pode achar que pouco foi feito durante as obras que minguaram a programação do lugar por quase um ano. Porém, basta entrar nos espaços dedicados a espetáculos para mudar de opinião: praticamente novas, e com equipamentos novos em folha, as salas recebem os últimos ajustes para abrigar peças de teatro e shows musicais.