Ativistas climáticos jogam sopa de ervilhas em tela de Van Gogh em Roma

“O Semeador”, de 1988, estava em uma caixa de vidro e não foi danificado; manifestantes gritaram palavras de ordem

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 4 nov 2022, 17h53 - Publicado em 4 nov 2022, 17h51
Ativistas climáticos jogaram sopa de ervilha na obra “O Semeador”, de Vincent van Gogh, exposta no Palazzo Bonaparte, em Roma (Itália),
Ativistas climáticos jogaram sopa de ervilha na obra “O Semeador”, de Vincent van Gogh, exposta no Palazzo Bonaparte, em Roma (Itália) (ULTIMAGENERAZI1/Twitter/Reprodução)
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Ativistas climáticos jogaram sopa de ervilha na obra “O Semeador”, de Vincent van Gogh, exposta no Palazzo Bonaparte, em Roma (Itália), na manhã desta sexta-feira (4). Segundo a imprensa italiana, a obra não foi danificada, uma vez que era protegida por uma tela de vidro.

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O protesto foi promovido pelo grupo Ultima Generazione, ou Última Geração, numa tradução livre, que apela para que novas perfurações de gás sejam interrompidas. Eles defendem atos de desobediência civil não violentos para chamar a atenção da causa que defendem.

“Agimos por amor à vida, portanto, por amor à arte! Em um futuro em que lutaremos para encontrar comida para todos, como podemos pensar que a arte ainda será protegida?”, escreveu o grupo em postagens nas redes sociais.

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Segundo o site do jornal italiano Corriere dela Serra, a obra é do acervo do museu Kroller-Muller, localizado na Holanda, o segundo que reúne a maior parte das obras do artista no mundo. Assim que o ato ocorreu, os manifestantes se postaram de costas para as obras e começaram a gritar palavras de ordem, sobretudo contra o uso do carvão. Ainda segundo a imprensa italiana, os quatro jovens que participaram do ato pagaram pela entrada regularmente.  Em seguida seguranças fecharam as salas de exposição e afastaram os visitantes.

Antes do protesto, outros integrantes do Ultima Generazione bloquearam o trânsito no anel viário leste de Roma, o que causou furor dos motoristas na região, segundo o Corriere.

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“Atacar a arte é um ato ignóbil que deve ser fortemente condenado. A cultura, que é a base da nossa identidade, deve ser defendida e protegida, certamente não usada como megafone para outras formas de protesto. Além disso, nosso patrimônio cultural deve ser protegido das consequências das mudanças climáticas. Este enésimo gesto não pode, portanto, passar como uma expressão legítima de protesto”, afirmou Gennaro Sangiuliano, o equivalente a ministro da Cultura do governo de extrema-direita da primeira-ministra Giorgia Meloni.

O grupo Ultima Generazione rebateu as falas do ministro, dizendo que Gennaro se preocupa mais com o vidro sujo de uma pintura do que com a crise climática. “Não será possível proteger o patrimônio cultural das alterações climáticas porque este governo não está fazendo nada para impedi-lo”, escreveram.

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Protestos alertando a respeito da questão climática têm se espalhado pelo mundo. Há cerca de 15 dias, um grupo arremessou purê de batata em uma pintura de Monet, em Postdam, nos arredores de Berlim, na Alemanha. Outro caso foi o de um grupo que jogou sopa de tomate também em uma obra de Van Gogh, a “Girassóis”, exposta no National Gallery, em Londres.

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Reportagem da Vejinha publicada no dia 28 de outubro revelou que a situação preocupa galeristas do Brasil, que, mesmo não tendo registrado nenhum protesto similar, já se preparam para elevar a segurança das obras nas instituições.

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