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Como organizar um amigo-secreto em meio à pandemia?

Sorteios on-line, reuniões virtuais e um toque de criatividade ajudam a adaptar a antiga tradição natalina, agora feita sem sair de casa

Por Humberto Abdo
11 dez 2020, 06h00

Neste fim de ano, o empresário Amauri Rodrigues, 30, não deve sair de casa para celebrar o Natal. Com boa parte da família em Curitiba, era hábito reservar um tempo para visitar a capital paranaense e comemorar com a esposa e a filha por lá. “É um costume muito forte nosso, mas temos vários parentes idosos”, lamenta. “Para não levar nenhum risco, faremos tudo pelo computador.” Assim como muitas das atividades em 2020, as tradições natalinas passarão pela primeira vez por uma grande reformulação e serão digitais. Uma delas é o amigo-secreto.

Na escola infantil Ka-Tatau, no Tucuruvi, a alternativa escolhida pela diretora Evely Cassia Castro, 51, segue um formato que ficou ainda mais popular na pandemia: o drive-thru. “Primeiro os pais trarão os presentes de carro e, dois dias depois, virão buscar o presentinho de cada criança”, explica. “Só na sexta, todas estão autorizadas a abri-los durante encontros virtuais organizados por turmas.” Nesse caso, cada estudante vai receber um livro e um recado do amigo-secreto. “Estamos preocupados com a interação, pois eles já estão confinados com a família há oito meses e é primordial terem outros contatos”, defende.

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Diretora de escola infantil, Evely criou o amigo-secreto em drive-thru
Diretora de escola infantil, Evely criou o amigo-secreto em drive-thru (Alexandre Battibugli/Veja SP)

No clube de leitura da Mafagafo, revista independente de ficção científica, cerca de trinta pessoas vão participar do “autor-secreto”. “Em uma planilha virtual, cada um vai sugerir seu tema favorito para que seu amigo-secreto prepare um texto pequeno, como um microconto, que será o presente”, resume Jana Bianchi, 31, criadora da publicação. “Na hora de descobrir quem é o amigo, em vez de dar dicas, vamos ler nossos textos e tentar adivinhar quem é o autor de cada um deles. Achamos uma boa alternativa para nos reunir on-line e ninguém vai ter despesas com envio.”

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Várias histórias tentam desvendar a origem da brincadeira de trocar presentes anônimos na época de Natal. Uma delas afirma ter surgido durante a crise econômica mundial de 1929, quando famílias pobres adotaram o jogo para que todos fossem presenteados sem gastar muito. Outra teoria atribui a ideia ao filantropo Larry Dean Stewart, que decidiu dar presentes anônimos durante o feriado e, por mais de 25 anos, teria doado notas de 100 dólares a moradores do Kansas.

“Em um Natal normal estaríamos juntos ao redor da churrasqueira, mas é preciso se adaptar”

Julia Danesi, 24, vocalista da banda Venus Wave, escolheu presentear parentes com canções gravadas por ela e enviadas de surpresa. “Minha família é do Sul, então não os vejo há mais ou menos um ano”, conta. “Devo gravar uma música para minha avó, que está passando a quarentena sozinha e adora Secos & Molhados, e uma versão de Amy Winehouse para os meus tios, que sempre me pedem para cantar Amy quando vou jantar na casa deles.”

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Vocalista de banda de rock, Julia escolheu presentear parentes com músicas gravadas em casa
Vocalista de banda de rock, Julia escolheu presentear parentes com músicas gravadas em casa (Ana Vohs/Divulgação)

No grupo de alunas de Cris Bertoluci, 37, professora de técnicas de costura, o sorteio será virtual e a troca de presentes, ao vivo. “Mas com distanciamento, no jardim de uma delas”, ressalta. As sete participantes deverão presentear com alguma peça que produziram com as próprias mãos, após terem estudado juntas, desde março, via Zoom. “Escolhi um modelo que parecia fácil e acabou sendo um desafio, refiz várias vezes!”, diz Anne Napoli, 50, uma das alunas. [Após o fechamento desta matéria, o grupo decidiu cancelar o encontro presencial e também fará a troca de presentes por videoconferência.]

“Em um Natal normal, estaríamos juntos na casa do meu irmão, ao redor da churrasqueira com as crianças”, descreve a educadora física Renata Santos, 40. Além dos familiares paulistanos, Renata tem uma irmã que vive em Dubai e também vai participar do amigo-secreto remoto da família, com os presentes enviados por correio. “Sentimos bastante a falta de todos, principalmente dos meus pais, que têm mais de 70 anos. O aniversário dos netos já precisou ser por videoconferência e, assim como eles, estamos nos familiarizando com toda essa modernidade.”

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SEM PAPELZINHO: Sites e aplicativos ajudam a organizar o sorteio entre amigos

AmigoSecreto.com.br

Clássico das festas de fim de ano, o site inclui bate-papo anônimo para os amigos se comunicarem e marcas participantes que sugerem produtos e enviam o presente.

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Amigo Secreto 22

Disponível nos sistemas Android e iOS, o aplicativo gera um link para convidar amigos pelas redes sociais e tem espaço para inserir o valor máximo dos presentes e a data de entrega.

Papelzinho

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Anunciado como a “solução para quem está cansado de escrever e dobrar pedacinhos de papel para o sorteio”, o app envia um e-mail com o nome do seu amigo-oculto e cada participante pode colocar até três opções de presentes na lista. Para Android e iOS.

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Publicado em VEJA São Paulo de 16 de dezembro de 2020, edição nº 2717.

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