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Carta ao leitor: luxo caseiro

Por Simone Esmanhotto
Atualizado em 5 dez 2016, 12h20 - Publicado em 26 jun 2015, 19h23

À primeira vista, nada parece aproximar – e não pelos cerca de 6 000 quilômetros dedistância – o novo (e primeiro) restaurante do estilista Ralph Lauren em Nova York da pequena plantação de açafrão do francês Daniel Grau Bergé, em Estaña, no nordeste da Espanha. O mesmo pode ser dito da ilha privada em Fiji do austríaco Dietrich Mateschitz, dono da Red Bull, que se abre para no máximo oitenta hóspedes em busca de diversões como submergir num submarino, jogar golfe e velejar, em relação à fábrica da Bang & Olufsen, numa cidade dinamarquesa de 23 000 habitantes, de onde saem engenhocas de home entertainment tão modernas quanto belas.

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O que se aprende nesta edição de VEJA LUXO, no entanto, é que um traço em comum une esses empreendimentos: cada um deles nasceu de um gesto ligado ao resgate de uma memória, de um gosto ou de uma história importante que não pode ser esquecida. Na esquina da 55th Street com a Quinta Avenida, Ralph Lauren resolveu oferecer um cardápio tão americano quanto suas roupas – e o hambúrguer, seu prato favorito desde a infância e feito com carne criada no seu rancho, é a atração mais suculenta.

Bergé trocou a França pela Espanha para recuperar uma saga familiar, e da sua terra brota, a cada ano, 500 gramas do melhor açafrão do mundo. Mateschitz mandou reproduzir no décor das 25 vilas de sua ilha o estilo das casas de Fiji, e foi no sótão da fazenda dos pais de Svend Olufsen que a Bang & Olufsen começou, há noventa anos. 

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É Marie-Kristine Schmidt, vice-presidente da companhia, que resume a importância do lar para o luxo. “Temos uma vida chata”, disse a executiva à repórter Adriana Ferreira Silva, em Struer. “Passamos muito tempo dentro de casa com a família e os amigos. Por isso, sabemos a importância de um ambiente bem equipado e aprendemos a entender a função de um bom design.”

A indústria se esmera para entrar no clima caseiro, digamos assim. Exemplos disso encontram-se na reportagem sobre a entrada das montadoras no ramo do mobiliário (pág. 76) e na que mostra os apartamentos de 95 milhões de dólares com vista de 360 graus de Manhattan (pág. 72). “Buscamos o equilíbrio entre a sensação de escape e a conexão com o mundo lá fora”, afirmou a arquiteta de interiores Deborah Berke à repórter Tatiana Cesso.

Quem viaja quer manter também a sensação de “lar, doce lar”, seja no ar, customizando jatos de aluguel, ou nas compras, razão pela qual a joalheria Alexandre Reza preferiu fechar as portas para atender menos e melhor. É a mecenas Sandra Hegedus Mulliez, por fim, quem personifica o espírito desta edição: sem conhecer as regras do mercado de arte europeu, a paulistana criou as próprias. Hoje, expõe seus artistas protegidos nas salas mais importantes de Paris. “Aqui ela está em casa”, diz o presidente do Palais de Tokyo, Jean de Loisy. “E tem a chave.”

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