Como escolher um hambúrguer em uma lista com mais de 130 opções? Essa dúvida pode ser despertada ao se ler a extensa lista de participantes do SP Burger Fest, festival que segue até o dia 31. Durante o período, mais de 100 endereços, entre lanchonetes, bares e restaurantes, servem ao menos uma receita exclusiva (e criativa) de hambúrguer cada um.
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Com a intenção de ajudar o leitor na escolha de seu(s) sanduíche(s), provamos, entre os dias 19 e 22, cinco lanches que compõem o festival. Experimentamos o mais barato, o mais caro e três diferentões. Como de praxe nas avaliações realizadas por VEJA SÃO PAULO, as visitas foram anônimas e as contas, pagas pelo site.
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Para facilitar a filtragem dos locais visitados, foram selecionados apenas estabelecimentos dentro da categoria de Comidinhas (bares e restaurantes, portanto, ficam de fora) e descartadas as versões vegetarianas dos sandubas, oferecidas em alguns locais.
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Veja o resultado abaixo.
■ O MAIS BARATO: hambúrguer anticuchero (R$ 18,00), do La Sanguchería
A receita: hambúrguer de patinho (140 gramas) temperado com pimenta aji panca, alface, batata-doce frita, maionese e salsa criolla (cebola-roxa, pimenta dedo-de-moça e limão) no pão semi-italiano. Acompanha molho de pimenta.
Avaliação: parecia que se estava comento um hambúrguer sabor ceviche. E não é que ficou bom? O disco de carne poderia ser maior e mais compacto, mas seu sabor compensou qualquer falha. Sobre ele, a salsa criolla deu toques cítrico e picante ao sanduba. As rodelas de batata-doce faziam o contraponto, mesma função que exercem no ceviche. O pão, de casca mais firme, facilitou o manuseio do lanche.
■ O MAIS CRIATIVO: mineirin (R$ 21,90), do Fresto
A receita: hambúrguer de lombo suíno (140 gramas) temperado com páprica, queijo de minas, requeijão e crisps de couve em um pão de queijo tamanho família.
Avaliação: apesar de tudo evocar Minas Gerais, parece estranha a junção porco-couve-pão-de-queijo. Mas o casamento, que ganhou pontos pela inventividade, deu certo. De sabor marcante, o hambúrguer não escondia que veio do porco. Chegou com uma fatia de queijo minas passada rapidamente pela chapa. O pão de queijo, fininho, deu textura ao lanche e facilitava a vida de quem gosta de comer com as mãos. Um senão foi para os crisps de couve: apesar de enfeitarem o sanduba com seu verde “cheguei”, estavam oleosos e nada crocantes.
■ O MAIS CURIOSO: reverse (R$ 24,00), do Jazz Restô e Burgers
A receita: dois hambúrgueres de coxão mole (125 gramas cada um) no lugar dos pães, um pão com manteiga de ervas no lugar da carne, queijo mussarela, alface, radicchio e tomate
Avaliação: não foi boa a ideia da troca de papéis. Travestida de pão, as duas “fatias” de habúrguer, assadas na grelha char broiler, roubavam a cena. Mas nem eram aquilo tudo. Tinham gosto levemente artificial, apesar de a casa garantir que não usa tempero pronto. Também estavam gordurosas, o que deixava os lábios brilhando, parecendo besuntados de gloss. O pão de hambúrguer com gergelim, soterrado no meio dos discos, eram a parte boa da composição. São fornecido pelo prestigiado padeiro Rogerio Shimura. Uma pergunta pairou no fim da refeição: aonde foi parar o radicchio? Não veio.
■ O MAIS CURIOSO II: bloody mary burger (R$ 32,00), do Burger Lab Experience
A receita: hambúrguer de vários cortes bovinos (180 gramas), queijo cheddar, bacon frito e creme de tomate bloody mary (tomate, molho inglês, suco de limão e pimenta) no pão de hambúrguer. Acompanha maionese de Tabasco.
Avaliação: a carne, na forma de um bifão alto e suculento, mostrou-se bem saborosa. Foi valorizada pelos outros elementos do lanche: o cheddar, o bacon e o tal creme, que nada mais era do que um molho de tomate levemente adocicado e de tempero mais forte que o comum. No entanto, não há nada de vodca no sanduba. Já ouviu falar de bloody mary sem o destilado? Enfim. Ficou gostoso mesmo assim. Os poréns: a metade inferior do pão chegou empapada pelo suco da carne, e a maionese temperada com molho Tabasco era descartável, pouco picante.
■ O MAIS CARO: napoli cheeseburger (R$ 50,00), da Forneria San Paolo
A receita: hambúrguer de vitela (200 gramas), molho de tomate, cheddar, tomate e alface em massa de pizza. Acompanha batatas fritas
Avaliação: saboroso, o bifão com cerca de 3 centímetros veio no ponto pedido, rosado no interior e suculento. Como deveria ser. Tinha um gostinho defumado que ganhou pontos. Sobre a carne, repousavam fatias de cheddar de qualidade acima da média. Como deveria ser. Uma pena o sanduba não valorizar o forno a lenha, como ocorre com outros lanches da casa: a massa de pizza que fazia as vezes de pão chegou fria, e o queijo, pouco derretido. A casa também pecou no tomate, que, maduro demais, quase se desintegrava entre uma garfada e outra (sim, esse hambúrguer era para ser comido com talheres). Sobre as batatas? Bom, faziam volume no prato.