Sou da safra 1978
Olá, meu nome é Marcel Miwa. Aviso desde já que fujo um pouco da imagem de quem escreve sobre vinhos. Nasci em uma família de orientais – mestiço de japoneses com portugueses. Como se pode imaginar, o vinho não fez parte da rotina da minha casa. Meu contato com essa bebida foi tardio. Ops! Não […]
Olá, meu nome é Marcel Miwa. Aviso desde já que fujo um pouco da imagem de quem escreve sobre vinhos. Nasci em uma família de orientais – mestiço de japoneses com portugueses. Como se pode imaginar, o vinho não fez parte da rotina da minha casa. Meu contato com essa bebida foi tardio. Ops! Não tão tardio assim. Primeiro, me guiava pelo preço e comprava cerveja, vodca e uísque. Na época em que estudava Direito na PUC-SP e planejava ser juiz ou promotor, beber um Miolo Seleção, hoje um vinho simples, era artigo de luxo!
Já com a gastronomia o negócio muda um pouco. Estou para ver uma raça que coma tanto quanto os japoneses. Até em funerais rolam banquetes. Para agravar a situação e expandir a cintura, minha namorada, a Nina, é professora de gastronomia. E com a ajuda dela o vinho começou a tomar conta da minha vida. Explico: em meio aos estudos jurídicos, “esfriava” a cabeça lendo revistas de gastronomia. E confesso que no começo me incomodava aquela seção dedicada à bebida no final de cada edição e cada vez tomando um espaço maior. Mas já que estava lá, sempre acabava lendo. Não faltavam dúvidas: primeiro a descoberta, “existe tudo isso de vinho mesmo?”, depois a suspeição, “existe tanta diferença de aromas e sabores?”, e, em seguida, a prática, “vamos comprar algumas garrafas e experimentar”.
E, sim, havia diferença, embora ainda não descritíveis, realmente existia um universo de aromas, taninos, acidez e corpo. Às vezes a mesma uva feita por diferentes produtores davam resultados completamente diversos, e isto era bacana.
A curiosidade me levou a fazer cursos e mais cursos, até chegar a uma pós-graduação na área de gestão do serviço de vinhos. Daí a coisa começou a ficar séria e surgiram convites para trabalhar na área. Bem, posso dizer que nos últimos seis anos consegui observar (e trabalhar) nos diversos setores da cadeia do vinho: importação e varejo, restaurantes, eventos, feiras, pesquisa, produção e imprensa, a qual dedico 100% do meu tempo hoje.
Esta é minha curta biografia vínica. Pretendo acrescentar muitas linhas nesta biografia por histórias que viverei aqui, neste espaço da Veja São Paulo dedicado a nossa paixão, o vinho.
Saúde,
Marcel Miwa