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Brisa Flow é a primeira artista indígena a se apresentar no Lollapalooza Brasil

Radicada em São Paulo há 11 anos, a mineira é filha de chilenos que fugiram da ditadura de Pinochet

Por Tomás Novaes
24 mar 2023, 06h00
Imagem mostra mulher de olhos fechados, com figurino de mangas longas e brilhantes
A rapper Brisa Flow, com o figurino do Lollapalooza: primeira artista indígena a se apresentar no festival. (Artur Cunha/Divulgação)
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Nesta sexta-feira (24), às 12h30, a mineira Brisa Flow será a primeira artista indígena a se apresentar no Lollapalooza Brasil.

Filha de artesãos chilenos marrones que, em 1987, fugiram da ditadura de Pinochet, Brisa de La Cordillera — seu nome completo — é uma rapper, cantora e compositora radicada em São Paulo há onze anos.

Imagem mostra mulher indígena com roupa brilhante azul
Brisa Flow, filha de chilenos: seu show no Lolla acontece nesta sexta-feira (24). (Desna/Divulgação)

“Me sinto muito feliz de abrir esse lugar de diálogo. Somos um continente de mais de 800 povos, como não temos artistas indígenas nos line-ups da América Latina?”, questiona.

Para seu show em um dos maiores festivais de música da capital e do país, ela está preparando arranjos inéditos e um figurino especial assinado pela estilista trans Vicenta Perrotta, do ateliê paulista TRANSmoras.

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Brisa defende a ocupação de espaços como esse por mais artistas originários. “No Brasil, temos uma riqueza gigante na música indígena, não só de rap. Gean Ramos, Djuena Tikuna, Brô Mc’s, Ian Wapichana e muitos outros nomes que não vejo em festivais”, diz.

A cantora ressalta que não basta ter um olhar curatorial raso para ter mais diversidade no line-up. “Não é só um lugar de ‘queremos artistas indígenas’, mas sim de ir ao show, conhecer a gente. Acontece muitas vezes de nos confundirem, em várias áreas da música. Eu gosto quando a curadoria vai assistir a uma apresentação, gosta e faz o convite — que foi o que aconteceu comigo no Lolla”, explica

Publicado em VEJA São Paulo de 29 de março de 2023, edição nº 2834

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