Prefeitura gastará 106 980 reais por mês com corredor verde da 23 de maio
Implementada na gestão de João Doria, iniciativa começou como parceria público-privada
Em agosto, o corredor verde da 23 de maio, anunciado como o maior jardim vertical do mundo com quase 6 quilômetros de extensão, completará dois anos. Mas quem passa por lá percebe a maior parte dos muros com desfalque de plantas.
O projeto foi uma das bandeiras da gestão de João Doria (PSDB) na prefeitura. Na época, ele apagou os grafites do pedaço e substituiu pela novidade. A manutenção e a implantação foram pagas pela companhia Tishman Speyer, por meio de Termos de Compromisso de Compensação Ambiental.
Em fevereiro do ano passado, acabou o contrato com a firma e nenhuma outra quis assumir o compromisso. Guil Blanche, paisagista responsável pela Movimento 90º, contratada pela Speyer para fazer o corredor, bancou de seu bolso cerca de 250 000 reais por mês para a manutenção dos jardins. Ele fez essa doação como voluntário até julho do ano passado. Sem conseguir arcar sozinho, desistiu e, desde então, o projeto está aos cuidados da prefeitura.
Uma nota enviada pela assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Subprefeituras afirma que os jardins verticais demandam cuidados diferenciados das demais áreas verdes da capital. A equipe realiza irrigações diárias, pequenos reparos e reposições de peças furtadas.
Foi realizada uma licitação para o serviço e a empresa classificada em primeiro lugar, a Carrara Serviços Ltda, foi inabilitada por não ter apresentado todos os atestados de capacidade técnica exigidos no edital. Por conta disso, a segunda colocada, a Era Técnica Engenharia Ltda, ganhou a licitação e aguarda homologação, que deverá acontecer até o fim do mês.
Agora, o que não custaria nada para aos cofres públicos se tivesse sido mantida a parceria público-privada, vai sair para a prefeitura por 106 980 reais por mês.
A assessoria de imprensa da Movimento 90º mandou a seguinte nota:
“O Movimento 90º é um negócio de impacto que defende mais verde nas cidades por meio da instalação de infraestruturas verdes. Foi contratado pela Tishman Speyer para executar o compromisso ambiental que deu origem ao Corredor Verde da 23 de Maio. Manteve o corredor pelos 6 meses de obrigação da Tishman, mas pelo atraso da prefeitura na publicação do termo de recebimento definitivo, ainda manteve também representado a incorporador por mais 3 meses. A prefeitura de São Paulo assumiu a obrigação da manutenção da 23 em Junho de 2018, desde então o Movimento 90º não atua mais no local.”