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Moradores organizam protesto contra cercamento da Praça Pôr do Sol

Aprovada pela prefeitura, instalação de alambrados é defendida por duas associações de bairro; vizinhança fez abaixo-assinado para barrar a obra

Por Humberto Abdo
Atualizado em 25 mar 2021, 10h56 - Publicado em 23 fev 2021, 11h56
Parte do grupo que se opõe ao cercamento da Praça Pôr do Sol se reúne no local.
Parte do grupo que se opõe ao cercamento da Praça Pôr do Sol se reúne no local. (Divulgação/Divulgação)
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Após convencerem a prefeitura a instalar um alambrado em torno da Praça Pôr do Sol, no Alto de Pinheiros, as associações de moradores do bairro enfrentam oposição à nova obra, que vai custar 652 953,78 reais no total — uma instalação pleiteada pelo movimento “não no meu quintal” da região e paga pela gestão municipal. “Parece um campo de concentração”, define Flávio Scavasin, que integra o grupo de vizinhos unidos contra a praça fechada. O pedido da obra foi feito pela Associação Amigos do Alto de Pinheiros (Saap) e pela Associação de Moradores de City Boaçava. “Não fizeram qualquer consulta à sociedade. Um abaixo-assinado nosso já tem 1 500 nomes enquanto essas duas associações representam pouquíssimas pessoas.”

Para Flávio, a praça deveria ser considerada um mirante em área urbana aberto para visitação e casos envolvendo barulho, violência e depredação (entre as principais queixas das associações) poderiam ser resolvidos com policiamento e fiscalização. “É um tiro no pé a prefeitura manter aquilo”, critica. Neste domingo (28), às 16h, o grupo planeja um ato simbólico em frente à praça com um “grande abraço contra o cercamento”. 

Precisando de reparos e revitalização, prefeitura gasta 650 000 reais em tela para cercar a Praça Pôr do Sol.
Precisando de reparos e revitalização, prefeitura gasta 650 000 reais em tela para cercar a Praça Pôr do Sol. (Flávio Scavasin/Reprodução)

Marcia Kalvon Woods, presidente voluntária da Saap, questiona a estrutura do grupo. “Quem nos questiona é zero transparência, sem liderança e nem assinatura tem. Nós temos uma governança, estatuto, prestamos contas”, justifica. “E também achamos que praça não deve ser fechada, exceto à noite, pois é quando acontece a depredação. Desde 2014 tentamos alternativas para revitalizar a praça, então é muito fácil ser contra. Espero que essa mobilização e comoção durem.”

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Em nota, a prefeitura afirma que a obra irá atuar para a conservação do local, “que contém características de parque e recebe grande quantidade de frequentadores.” Os horários de fechamento e abertura do local, assim como sua capacidade, estão em fase de estudos. “Foram instalados alambrados em vez de grades, por ser mais econômico”, diz a prefeitura.

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Publicado em VEJA São Paulo de 3 de março de 2021, edição nº 2727

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