Pode tudo: novo bar-balada promove festas de sexo na Vila Buarque
Noites liberais e fetichistas farão parte do Mariposa Bar & Club, espaço comandado pelo mesmo dono do Cabaret Santa Cecília
“Quem ficar pelado ganha dois drinques”, promete o provocador Tiaguinho Santo. Essa é a proposta do novo Mariposa Bar & Club, espaço previsto para abrir as portas em 6 de dezembro na região da Vila Buarque.
Com investimento de 400 000 reais, o empresário da noite e seu sócio, Carlos Navarro, conduzem há dois anos as reformas da casa, instalada aos pés do edifício modernista General Jardim, assinado pelo arquiteto Artacho Jurado. No local onde antes funcionavam duas lojas, a dupla prepara a abertura de noites liberais e fetichistas voltadas ao público LGBTQIA+ — a versão mais atrevida do Cabaret da Santa Cecília, do qual Tiago também é proprietário.
+ ‘Pode trazer a vaselina’: uma noite na casa de sexo e gogo-boys do Centro
Ele jura que algumas edições do Club Privet, sua festa de sexo, são repletas de mulheres, mas em um dos soft openings da balada a maioria era composta por homens. Circulando de sunga, o anfitrião incentivava a nudez e alguns poucos clientes entravam no jogo. “O povo fica tímido até o álcool bater e às 2 da manhã começam a tirar a roupa. Não vira um surubão, mas pode acontecer de ter gente transando até no balcão do bar”, diverte-se.
No subsolo transformado em pista, as chances de encontrar casais se atracando em algum cantinho são bem maiores.
Para o cardápio de ousadias, Tiago pretende receber a festa gay Brutus e a Cachorragem, um encontro de adeptos do “pet play”, fetiche de pessoas que encenam e se vestem como animais (nessas ocasiões, os drinques serão servidos em tigelinhas de cachorro; no menu fixo, entram versões repaginadas dos coquetéis de boteco, como rabo de galo, bombeirinho e maria-mole).
Por enquanto, o bar-balada ficará aberto de quarta a sábado. “A ideia é criar um lugar para abrigar esses eventos e revezar com as minhas próprias festas a cada quinze dias.”
+ Banho quente: visitamos a maior sauna gay do Centro de São Paulo
Se no Cabaret ele reserva apenas as quintas-feiras para shows de striptease masculino, no Mariposa as regras serão mais soltas. As noites devem começar cedo, a tempo do happy hour, com DJs convidados fazendo misturas musicais mais livres, como se estivessem discotecando para amigos na sala de casa.
“O estilo principal será o house music, mas também quero ter uma noite de música brasileira”, antecipa. Com vista para a rua, a fachada envidraçada remete a um “aquário”, inspirado no visual do bar Möbel Olfe, famoso ponto de encontro para gays e lésbicas em Berlim. Só de madrugada, as portas se fecham e a festa começa. “Depois da meia-noite, pode tudo.”
Publicado em VEJA São Paulo de 24 de novembro de 2023, edição nº 2869