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Cidades

Jovens criam startup com cartão de débito para crianças e adolescentes

Além da nova empresa de educação financeira, Gabriel Noya e Gabriel Hamoui já criaram um app de política e até uma conferência internacional

Por Humberto Abdo
Atualizado em 29 out 2021, 11h01 - Publicado em 29 out 2021, 06h00

Dois jovens brancos sentados lado a lado conversam em frente a um computador da Apple. Um veste camiseta branca e uma blusa escura. Outro veste um moletom com capuz branco.

Quatro jovens estudantes se uniram no colégio para abrir a primeira empresa de suas vidas com um único objetivo: ensinar finanças a crianças e adolescentes. Criada por Gabriel Noya, 18, e Gabriel Hamoui, 17, em parceria com os sócios Henrique Waksman, 18, e Ricardo Kovesi, 17, a Educard é uma startup feita para cultivar desde cedo a independência financeira do público infantojuvenil, entre 7 e 17 anos. Com uma plataforma didática e até um cartão de débito feito para a criança administrar a própria mesada, a ideia é que cada usuário comece a entender na prática o significado de economia responsável.

“Muita gente no Brasil acaba se dando mal (financeiramente) porque não existem aulas dessa categoria na escola”, diz Hamoui, que atualmente estuda no terceiro ano do ensino médio. “O YouTube tem vídeos do tipo, mas nem sempre as crianças querem sentar e assistir.”

A novidade está prevista para ser lançada em fevereiro de 2022. “Para nós, o maior problema é que esse projeto contempla apenas as classes média e média alta, mas como atualização queremos trazer um app grátis, para que qualquer pessoa possa pedir o cartão de graça e aprender mais sobre o próprio dinheiro.”

A empreitada do grupo tem sido repleta de processos burocráticos, típicos de quem abre um novo negócio. “E parte dos sócios ainda é menor de idade, tivemos várias reuniões com desenvolvedor que não nos levava a sério”, conta Hamoui.

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A parceria dos dois estudantes nasceu quando os interesses em comum por política e educação deram início a um clube no colégio Avenues São Paulo. “No nono ano, tinha cerca de 15 a 20 pessoas que participavam de aulas e debates”, relembra Noya. “Mas eu percebia que muitos dos que iam votar na eleição para prefeito nem sabiam como escolher, só iam nos dois nomes maiores.”

Foi assim que eles decidiram criar o aplicativo Meu Prefeito para ajudar na escolha a partir do plano de governo de cada candidato. Com um quiz, o sistema definia o “match” perfeito para cada eleitor. “Teve bastante download, algumas pessoas ficaram surpresas com o candidato que apareceu para elas e algumas bem bravas”, diverte-se Noya.

Depois do sucesso, eles ainda criaram a conferência Youth Global Political Summit, um grande bate-papo on-line com participação de 120 pessoas de 17 países diferentes. “Em 2022 queremos fazer de novo, dessa vez com políticos maiores”, antecipa Hamoui.

Apesar da semelhança física, os dois amigos não têm parentesco, mas ficaram conhecidos como os “Gabriéis” entre os colegas. Além das várias iniciativas, no tempo livre eles navegam pelas redes sociais e investem tempo em hobbies como guitarra (no caso de Noya) e filosofia (que é mais a praia de Hamoui). “Não tem nada a ver com finanças, mas até estou acabando de escrever um livro sobre esse tema.”

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Publicado em VEJA São Paulo de 3 de novembro de 2021, edição nº 2762

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