Festival de segunda mão vende roupas e acessórios de luxo no JK Iguatemi
Empresária comanda projeto e curadoria de Oportunidade do Bem, iniciativa de vendas 'second hand' com 100% dos lucros revertidos à caridade
Em voga no universo da moda, o termo second hand virou inspiração para Ana Eliza Setubal. Em uma das sessões de desapego no próprio guarda-roupa, a empresária decidiu lançar o Oportunidade do Bem, iniciativa com vendas de segunda mão que reverte, desde o início em 2019, 100% dos lucros para instituições de caridade.
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“Na época, uma amiga tinha sugerido que eu vendesse o que não usaria mais, mas minha reação inicial foi ‘imagina, não vou vender minhas roupas’”, lembra. Com o sucesso de público, Ana começou a receber doações de amigas e conhecidas, que lotam até hoje sua sala em casa — e estarão à venda em uma nova edição no espaço Cubo JK Iguatemi, entre terça (3) e sexta (6), das 10h às 22h.
“Desde então, já doamos quase 4 milhões de reais, o que não é pouca coisa porque nosso preço médio é de 300 reais por item.” Além de peças femininas, sapatos e acessórios, dessa vez o bazar terá opções masculinas e infantis, doadas por pessoas do Brasil inteiro e até de Portugal.
Em 650 metros quadrados, o terraço usado no centro de compras será organizado em corners. “Não gosto do esquema de estandes, prefiro tudo junto e misturado, uma bagunça organizada”, define. “Tem jogo americano próximo a um par de sapatos e uma vela para a casa, por exemplo.”
Com curadoria própria, a seleção de roupas é dividida por cores entre as 22 araras e tem grandes marcas. “Tem as nacionais e estrangeiras mais icônicas, mas também algumas que poucos conhecem.” Alguns comerciantes integram o evento com a venda de quitutes, itens de decoração e até máquinas de fliperama (também à venda e disponíveis para jogar na hora).
“Teremos palestras, uma taróloga fazendo leituras e apresentações musicais no fim do dia”, completa. Participam nomes como Vivian Lustig, astróloga alquimista, e Gustavo França, chef e sócio da Axá Orgânicos. No caso das marcas parceiras, segundo Ana, o acordo é doar pelo menos 30% dos lucros para o grupo.
Os recursos arrecadados são revertidos para ONGs como Associação Aquarela, Instituto GAS e Parceiros da Educação. “Em casa, sempre tivemos esse hábito de desapegar. Quando era pequena, meu pai quase tirava da gente para dar aos outros, minha mãe queria pegá-lo a garfadas”, diverte-se. “E ainda tem quem não gosta de usar roupa usada, mas acredito que muita gente passou a usar second hand por nossa causa. Uma vez uma pessoa me falou que isso ainda vai virar uma Daslu, que gostando ou não foi um ícone. Não sei, mas por enquanto já temos uma marca de roupa de mesa e em breve teremos uma de velas.”
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Publicado em VEJA São Paulo de 4 de maio de 2022, edição nº 2787