Em poucos minutos, quem passa pela janela de Iury Simões, 30, se transforma em aquarela. Na Santa Cecília, o artista cearense usa seu tempo livre para registrar pedestres e personagens da cidade, sempre usando uma paleta reduzida de cores para agilizar e incrementar o desafio.
“O costume veio da época em que comecei a vender minha arte no Beco do Batman, sentado só com um banquinho e um cavalete”, conta ao relembrar a mudança para São Paulo, há cinco anos.
No perfil com mais de 170 000 seguidores, ele registra todo o processo criativo e já chegou a ser divulgado pelo apresentador Marcos Mion.
Após ser notado pela fundadora de uma fabricante de tapetes, sua rotina na capital passou a ser dividida em três turnos: quando não está desenhando anônimos paulistanos, atua como artista plástico e ainda estuda arquitetura.
“Agora nem recebo encomendas por receio de não entregar a tempo e só vendo as peças que produzo no meu dia a dia.” Dessas criações, com valores entre 250 e 2 000 reais, nenhuma é repetida — todas são feitas ao acaso da sua janela ou em locais públicos, como o metrô. “Meu ateliê é a rua.”
Publicado em VEJA São Paulo de 10 de novembro de 2023, edição nº 2867
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