Sabe aqueles funcionários que estão sempre de bom humor, falam com todo mundo e são os mais conhecidos da empresa? João Maria Nascimento, 60, o João do Café, é um deles. A prova (se é que precisava de uma) ocorreu há duas semanas, quando ele recebeu alta do Hospital Albert Einstein, onde trabalha como copeiro há 31 anos. Assim que deixou o quarto, após onze dias de internação, incluindo oito na UTI, para tratar dos efeitos da Covid-19, seu João foi saudado por cerca de vinte profissionais-colegas, entre médicos, enfermeiros e auxiliares. “Eu não esperava. Quando saí, vi aquela multidão gritando meu nome. Até chorei”, afirma o paciente. Agora em casa, em Taboão da Serra, João do Café quer se recuperar logo para retomar a prática de esporte. Dia sim, dia não, ele volta do trabalho correndo. “São 15 quilômetros, mas vou precisar retornar aos poucos.” O trajeto dura uma hora e meia, tempo menor que o dispendido no percurso feito de ônibus.

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Publicado em VEJA SÃO PAULO de 29 de abril de 2020, edição nº 2684.

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