Camila Márdila se prepara para assumir sua primeira protagonista
Atriz será uma das estrelas da série Véspera, com Gabriel Leone e Bruna Marquezine

Prestes a assumir o primeiro papel como protagonista, Camila Márdila, 36, será uma das estrelas na série Véspera, baseada no livro homônimo de Carla Madeira. Com Bruna Marquezine e Gabriel Leone no elenco, a obra está sendo produzida pela Max e ainda não tem data de estreia.
“Seremos um trio… Na verdade, um quarteto, porque Leone faz irmãos gêmeos”, conta a atriz brasiliense em um dos raros momentos livres neste período de ensaios.
A trama se desenvolve nos dias que antecedem a cena de uma mãe abandonando o filho na rua. “A partir disso, vamos entendendo como estamos todos implicados nas vésperas de algum acontecimento. Nunca é só uma pessoa realizando um único ato.”
Com o início das gravações marcado para fevereiro, Camila vive uma sequência de grandes trabalhos. Esta é a segunda vez atuando com Leone, depois de ter feito Viviane, irmã de Ayrton Senna, na série sobre o astro da Fórmula 1, na Netflix.
Depois de integrar o elenco de Ainda Estou Aqui e participar da comédia A Vilã das Nove, de Teo Poppovic, ela vai estrear neste mês o filme A Natureza das Coisas Invisíveis, de Rafaela Camelo, no Festival de Berlim, onde esteve há exatos dez anos com Que Horas Ela Volta? pelo papel de Jéssica, filha de uma empregada doméstica, vivida por Regina Casé.
Não tive coragem de me matricular logo em artes cênicas por medo da profissão. Por não saber como poderia viver dela
Premiada como melhor atriz no Festival de Sundance — prêmio dividido com a parceira de cena —, ela acredita ter sido nessa época a primeira vez em que se sentiu bem-sucedida.
“Não foi uma trajetória linear, houve um período em que ainda precisei me provar para além daquela personagem”, pondera.

Apesar de estudar teatro desde criança, sua primeira formação foi em comunicação social. “Não tive coragem de me matricular logo em artes cênicas por medo da profissão. Por não saber como poderia viver dela. Ainda mais vivendo distante desse universo, em um bairro periférico de Brasília, acreditando que o local do artista é só para pessoas privilegiadas”, conta.
“Demorei muito para conseguir falar ‘sou atriz’, mesmo tendo DRT desde os 14 anos de idade.” Uma de suas conquistas, há alguns anos, foi a compra da casa própria — com suíte, diga-se.
“Eu cresci achando que ter suíte era a coisa mais extraordinária, achava muito chique e falava ‘um dia vou ter a minha’”, diverte-se. Uma das suas cenas em Que Horas Ela Volta? ganhou esse toque pessoal. “Quando ela entra nos quartos e diz ‘é tudo com suíte?’, foi improviso meu. Aquilo era a pequena Camila falando”, revela.
Em São Paulo há onze anos, ela ainda almeja se tornar diretora e prepara seu primeiro curta-metragem, Sandra. “O desejo é passear pelo mundo com ele ainda neste ano”, antecipa.
Para completar, ela fará parte do elenco de Praia dos Ossos, série da Max inspirada no podcast de mesmo nome. Além de todo o esforço, ela atribui seu sucesso ao apoio dos pais. “Minha mãe me permitiu sonhar em um ambiente de pessoas que vulgarizavam a profissão e achavam loucura”, relembra. Mãe tem sempre razão.

Publicado em VEJA São Paulo de 31 de janeiro de 2025, edição nº 2929