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Devo proibir as crianças de brincar com slime?

Após internação de menina que havia brincado com a 'geleca', médica alerta para os cuidados necessários

Por Ana Carolina Soares
Atualizado em 23 Maio 2019, 19h37 - Publicado em 23 Maio 2019, 19h07
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  • A notícia da internação da menina Valentina Asdurian, de 12 anos, em um hospital paulistano após ter manuseado um slime deixou os pais em polvorosa nesta semana. “No último ano, não me lembro de atender um paciente na UTI por causa do brinquedo, nem há notícias de óbitos por causa dele, mesmo assim, é necessário ter cuidados”, diz Aline Motta Menezes, médica do centro de terapia intensiva pediátrica do hospital Albert Einstein.

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    Mãe de Julia, de 5 anos, Aline pesquisou sobre a nova “geleca” e escreveu um texto que está se espalhando nas redes sociais. A médica alerta para as receitas com bórax, que faz o papel de “cola” dos demais produtos. A substância pode vir em ingredientes como espuma de barbear, detergentes e outros produtos de limpeza, soluções de lentes de contato e, na pior das hipóteses, em pó, sua forma mais concentrada. “Em lojas de produtos para slime, já vi uma criança de cerca de quatro anos carregando um pote aberto com aquele produto, fique de cabelo em pé”, comenta.

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    Os possíveis efeitos tóxicos do bórax para a saúde podem acontecer por ingestão, inalação ou contato, em especial quando houver lesões de pele associadas e exposição constante. A substância é facilmente absorvida pelo estômago, mas não atravessa bem a pele saudável.” A absorção pelo corpo é possível se a pele estiver danificada, com feridas abertas, queimaduras, pele irritada ou descamada, eczema ou problemas de pele semelhantes. As partículas de poeira do pó de bórax podem entrar no ar, aterrissar nos olhos ou dentro do nariz ou da garganta. Isso pode causar uma ligeira irritação”, conta a médica.

    Os sintomas da intoxicação pelo bórax são dores de estômago, náuseas, vômitos, diarreia, letargia, irritabilidade e, raramente, dor de cabeça.”A evidência mais dramática de excesso de bórax é a vermelhidão da pele, que depois se desprende, especialmente nas palmas das mãos e nas solas dos pés”, conta Aline.

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    Mas vale a pena proibir a brincadeira? “De forma alguma. Mas minha filha, por exemplo, só faz se estiver acompanhada por mim ou por algum adulto”, diz a médica. Ela indica alguns cuidados. Uma quantidade inofensiva para uma criança de 2 anos é cerca de uma colher de chá de bórax, e para uma criança mais velha, várias colheres de chá e um adolescente ou adulto, várias colheres de sopa.

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    “Há mais risco de adoecer quando a exposição ao bórax ocorre frequentemente, dia após dia, seja por ingestão ou pela pele danificada. O risco de intoxicação evidentemente existe, mas é baixo, e os relatos mostram que é provável que a exposição excessiva ocorreu nestes casos, e não apenas a brincadeira regular e supervisionada”, conta Aline.

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    No entanto, a melhor coisa a fazer é limitar a exposição de todos a produtos químicos que contenham bórax e que sempre os adultos estejam envolvidos na supervisão das brincadeiras e as regras sejam seguidas.

    Há também alternativas naturais ao bórax, como gelatina, amido e até marshmallow. “Não fica com a mesma consistência, mas diminui os riscos de intoxicação”, conta a médica.

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    Confira algumas dicas para tornar a brincadeira segura:

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