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Por Raul Juste Lores
Redator-chefe de Veja São Paulo, é autor do livro "São Paulo nas Alturas", sobre a Pauliceia dos anos 50. Ex-correspondente em Pequim, Nova York, Washington e Buenos Aires, escreve sobre urbanismo e arquitetura
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#SPsonha: como transformar a zona portuária santista em um “Puerto Madero”

Pensando nesse potencial inexplorado de Santos, os arquitetos do escritório MM18 almejam um retrofit em grandes armazéns do Valongo

Por Raul Juste Lores Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 13 mar 2020, 11h41 - Publicado em 13 mar 2020, 06h00

Quando a Vejinha publicou a capa “Decadência à beira-mar”, em setembro passado, os prefeitos da Baixada Santista reagiram, ultrajados. Pena que esse ímpeto não se traduza em tirar velhos projetos do papel. Nem em dar moradia aos milhares que ainda vivem em palafitas e nas encostas dos morros, que desmoronam.

Uma das promessas de pelo menos vinte anos é transformar parte da zona portuária santista em um novo “Puerto Madero”. Os cruzeiros com milhares de turistas até poderiam descer na cidade se fossem avistados lojas e restaurantes na área hoje inóspita (a primeira impressão do visitante é ver ruínas). As docas foram reinventadas há anos em Buenos Aires, Belém, Guayaquil (nem precisa ser Barcelona ou São Francisco), porém esse é um sonho distante na maior cidade do litoral paulista, a poucos quilômetros da capital.

As ruínas do porto: nada convidativas para turistas (MM18/Veja SP)

Pensando nesse potencial inexplorado, os arquitetos do escritório MM18 almejam um retrofit em grandes armazéns do Valongo, lindantes com a região mais histórica do maior porto do país, que teria área coberta de 30 000 metros quadrados e 24 000 de áreas descobertas. Uma enorme praça, com mobiliário e brinquedos para as crianças, uniria o novo empreendimento ao resto da cidade (um dos principais defeitos do Madero portenho, um tanto ilhado para pedestres). A proposta é destinar cada grande armazém a mais de um uso, na linha dos galpões do antigo Matadero de Madri. Essas parcerias público-privadas poderiam ser desenvolvidas para cada armazém. No projeto haveria centro gastronômico, esportivo, coworking, shopping, mercado de peixe, a unidade de Oceanografia da USP. Também um espaço de eventos para as autoridades portuárias. Como turistas estrangeiros sempre reclamam da dificuldade de ouvir boa música brasileira ao vivo no Brasil (do samba à bossa nova, é preciso ter sorte no calendário), que ótimo se o porto tivesse algo assim para tanto visitante que passa ali.

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Zona portuária: projeto de reforma pela prefeitura já tem mais de 20 anos (Reprodução Google Earth/Veja SP)

A arquiteta Mila Strauss, sócia do MM18, fala de sua ligação afetiva com o local. “Meu avô, alemão, chegou ao Brasil em 1939, ao Porto de Santos, e lá se instalou. Trabalhou na alfândega e montou uma transportadora. Como ponto de apoio, comprou um galpão no Valongo. Cresci visitando esse galpão e passeando pelo bairro”, recorda. “Meu pai, engenheiro civil, sempre me falou que aquele lugar um dia seria revitalizado. Veio o projeto de implantação das três torres da Petrobras no Valongo, que logo foi por água abaixo.” A arquiteta, que projetou o Bar dos Arcos, no Teatro Municipal, o Mirante Nove de Julho e a balada Tokyo, sabe algo de reinventar espaços largados. “Vi uma reforma linda acontecendo em um galpão que sedia o festival de audiovisual do Valongo e me animei muito de novo com o bairro.” Será que agora vai?

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