Pega de surpresa com reajuste no Metrô, prefeitura não vai aumentar ônibus
Gestões estadual e municipal negociavam alterações em conjunto
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) vai manter congelada a tarifa de transporte da cidade. Ao contrário do governo do estado, que vai reajustar o preço das passagens de trens e metrôs para 5 reais a partir de 1° de janeiro de 2024, os ônibus da capital permanecerão com o preço de 4,40 reais.
Nos bastidores do Edifício Matarazzo, o anúncio do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) pegou a gestão municipal de surpresa, pois os dois governos estudavam em conjunto os reajustes (como ocorre desde as manifestações de 2013), mas sem um prazo para uma deliberação.
Nas últimas semanas, Tarcísio já vinha sinalizando sobre a necessidade de uma elevação no valor. “A tarifa está congelada há muito tempo e a gente tem que começar a fazer conta. Ou eu repasso alguma coisa pra tarifa ou a gente permanece com ela congelada e eu aumento o subsídio. Quanto mais tempo a tarifa ficar congelada, mais subsídio a gente a gente vai ter”, disse o governador.
A despeito da alegação de Tarcísio, Nunes tentava demover o governador da ideia.
Além do desgaste habitual que um aumento no valor do transporte provoca, a avaliação na prefeitura é que um anúncio desses, na mesma semana em que o prefeito determinou a tarifa zero durante os domingos, poderia trazer mais perdas do que ganhos.
Em nota, a Secretaria de Comunicação confirma a apuração da reportagem.
“Após reunião conjunta na manhã desta quinta-feira entre representantes da área de transportes da Prefeitura de São Paulo e do Governo Estadual, a administração municipal informa que não fará correção na tarifa dos ônibus, que será mantida em R$ 4,40.
A Prefeitura ressalta que não há qualquer impedimento técnico na gestão de tarifas distintas entre os serviços de ônibus, metrô e trens, como já ocorrera em anos anteriores. A atual gestão mantém o empenho em incentivar o transporte coletivo, responsável pela locomoção de 7 milhões de passageiros por dia, e que não sofreu reajuste nos últimos três anos”.