A Justiça mandou para casa a manicure Amanda Verônica Teixeira de Sousa, de 32 anos, presa em agosto deste ano após ser acusada de cometer uma série de crimes contra homens em bares do Itaim Bibi e em uma casa de prostituição no Campo Limpo, ambos na Zona Sul. Segundo a investigação, a mulher aplicava o golpe conhecido como “boa noite, Cinderela”, durante o qual a vítima é dopada e seus bens e pertences pessoais são furtados.
Em um dos casos, um bancário relata ter conhecido a mulher em um bar localizado na Avenida Juscelino Kubitschek. Após beberem chopp e tequila, ela o convidou para irem a outro lugar. Três horas depois, o homem diz ter acordado jogado em um posto de combustíveis e não se lembra do que aconteceu nesse período. Além do carro (localizado no dia seguinte), sumiram três cartões de crédito e seu celular, um Iphone avaliado em 4 500 reais. A golpista, segundo a vítima, fez compras e saques no valor de 26 000 reais.
Em outro relato, um assistente administrativo de 38 anos foi a uma casa de prostituição no Campo Limpo e lá conheceu uma mulher chamada Sheila. Após se dirigirem a um quarto, ambos beberam cerveja e o homem diz ter “apagado”. Recuperou a consciência somente no dia seguinte, quando se deu conta do golpe. Além de levar 70 reais de sua carteira, a golpista, segundo o rapaz, gastou 5 000 reais em dois cartões de crédito. Nos dois casos as vítimas reconheceram Amanda.
Após a verificação das imagens de câmeras de segurança, a polícia chegou à acusada, que foi detida em casa, na Zona Leste, dois meses após os crimes. No local foram encontrados vários medicamentos que possuem ação sedativa e que poderiam ter sido usados nos golpes, além de máquinas de cartão. Nos processos, porém, a defesa de Amanda Sousa afirma que os remédios não configuram prática de crime. “Ela deixava em sua casa medicamentos para uso corriqueiro, que qualquer pessoa poderia ter em posse, e não há na lista das medicações apreendidas nenhum daqueles chamados tarja preta.”
Ela vai responder em liberdade aos crimes de roubo, que podem lhe render uma pena de até dez anos de prisão para cada caso.
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