A primeira tentativa de conciliação entre as filhas de Palmirinha Onofre
Herdeiras da culinarista, falecida há um ano, travam na Justiça uma briga milionária
A Justiça de São Paulo marcou para a quinta-feira, 23, às 14h30, uma audiência de conciliação entre as filhas da apresentadora Palmirinha Onofre, falecida em 7 maio do ano passado, aos 91 anos.
Desde que o inventário foi aberto, no mês seguinte, Sandra Bucci, Tania Rosa e Nanci Balan trocam acusações de omissões de informações, ocultação de valores do espólio e até má-fé. A disputa foi revelada por Vejinha em janeiro deste ano.
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Após a repercussão do caso, a partilha (e as disputas) entrou em segredo de Justiça.
A desavença pública começou quando Tania e Nanci passaram a contestar a forma como Sandra informou ao juiz os bens de Palmirinha, resumidos a uma conta bancária com saldo de 8,13 reais e cotas da empresa Artes Culinária Palmirinha Ltda, que totalizam 5 100 reais. “Sandra não menciona direitos autorais e de imagem, assim como venda de livros, temperos e alimentos, além de direitos de uso de marca, royalties e monetarização de redes sociais (…) o que causa estranheza”, afirmam as irmãs, no processo ao qual Vejinha obteve acesso.
Outra queixa de Tania e Nanci é que elas não obtiveram acesso, desde a morte da mãe, à prestação de contas e contratos, assim como não receberam nenhum centavo dos frutos da empresa. Por fim, afirmam que a irmã caçula, que teria recebido da mãe, em 2014, um empréstimo de 1,5 milhão de reais para a compra de um apartamento, nunca comprovou a devolução da dívida. Por essas e outras, ambas pedem a impugnação do processo de inventário, o que ainda não foi julgado.
Após a reclamação das irmãs, Sandra Bucci disse que a história não é bem assim, que nunca houve o empréstimo de 1,5 milhão de reais (mas de 300 000 reais) e que foi ela quem mais cuidou de Palmirinha nos últimos anos de vida dela.
Após o falecimento da matriarca, Sandra disse que pagou 165 000 reais para cada irmã referente ao quinhão do empréstimo, acrescido de juros, mas que ambas omitiram “estranhamente” a importante informação ao juiz. “A vida empresarial da minha mãe nunca foi de interesse de suas outras filhas”, disse Sandra, na Justiça.
Além disso, a irmã caçula, que também acusa as duas partes de obter empréstimos nunca pagos com a mãe, diz que as três dividiram cerca de 5 milhões de reais referentes a aplicações financeiras resgatadas logo após o óbito de Palmirinha.
No meio de tanto desentendimento pelos bens milionários da culinarista famosa, as irmãs chegaram a conversar em meados de outubro de 2023 para tentar um acordo e encerrar a contenda, mas o negócio não saiu do forno. Pior, em 13 de dezembro, às vésperas do recesso forense, que suspende os processos temporariamente, Tania, a filha mais velha, subiu o tom e pediu a condenação de Sandra por litigância de má-fé e não pagamento de impostos (no caso dos empréstimos). Além disso, ela pede que a caçula seja excluída do inventário, por sonegação de herança.
Outro pedido foi o de bloqueio das contas bancárias da empresa da mãe, “diante do risco de dilapidação de patrimônio”.
Todos os pedidos foram negados em caráter liminar.