Imagem Blog

Notas Etílicas - Por Saulo Yassuda Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Saulo Yassuda
O jornalista Saulo Yassuda cobre cultura e gastronomia. Faz críticas de bares na Vejinha desde 2014. Dá pitacos sobre vinhos, destilados e outros assuntos
Continua após publicidade

Cacá Ribeiro e André Almada lançam a primeira festa juntos

Empresários consagrados da noite LGBTQIA+ lançam a Radar em uma antiga fábrica no Bom Retiro

Por Saulo Yassuda Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
18 mar 2022, 06h00

Cacá Ribeiro e André Almada têm trajetórias de sucesso paralelas no mundo das baladas LGBTQIA+ da cidade. Os empresários fazem festas desde a época em que a sigla para esse público era a restritiva GLS (gays, lésbicas e simpatizantes). Ou seja, faz tempo — ex-bailarino e ex-ator, o paulistano Cacá promoveu a primeira noite em 1993, e Almada, ex-relações-públicas nascido em Birigui (SP), ingressou no mundo da boate profissional em 2004.

+ Campo de Marte: Bolsonaro assina acordo com Nunes e São Paulo encerra litígio judicial de seis décadas

Os dois, entretanto, não tiveram nenhum projeto juntos durante a carreira. Ainda. “Muitos acham que somos rivais”, revela Almada. “Cada um sempre trabalhou com um público diferente.” Esse encontro, porém, está prestes a acontecer.

Imagem mostra espaço aberto com tenda e construção de tijolos.
Antiga fábrica da Ford: espaço de eventos no Bom Retiro (Mauricio Casarin/Divulgação)

A dupla promete estrear a festa Radar, caso não haja contratempos, no sábado (26). O local será em um espaço no Bom Retiro (Rua Solon, 1145), na antiga fábrica da Ford, que tem recebido eventos fervidos como Gop Tun e ODD. Fica pertinho do ponto onde foi a extinta a boate Radar Tantã, sucesso roqueiro dos anos 80.

Com ingressos a 90 reais (pista) e 150 reais (camarote), a noite terá duas pistas, cada uma com a “bandeira” de um dos sócios. A de Almada, chamada de high system, será ligada à música eletrônica, sobretudo a tribal house, vertente com forte uso de percussão. É o tal do bate-cabelo.

O gênero bombava na The Week, megabalada que tocou por dezessete anos na Lapa. Embora o espaço não tenha funcionado na pandemia, o fechamento definitivo foi anunciado em setembro, para tristeza do público formado sobretudo por homens gays com zero pudor em chacoalhar na pista de peito desnudo.

Continua após a publicidade
The Week 6 Anos
Pista da extinta The Week: noite fervilhantes (Divulgação/Divulgação)

Para a folia, que deve rolar até as 8h, estão confirmados os DJs Ale Rosa & Marcio Zanzi, Melques Viber, Zambianco, Cacá Werneck e Jully Beats.

A pista love nation, capitaneada por Cacá, é mais ligada ao pop e vai encerrar “cedo”, por volta das 6h. Espere hits que bombam nos streamings, como os das cantoras Anitta e Gloria Groove, além de funk, liberados dos pickups por Angélica Möller, Sergio Amorim, Nicolas Abe, Renan Martelozzo e Armando Saullo, esse último do bloco Agrada Gregos, com performance de Sasha Zimmer.

Continua após a publicidade

+ Novos petiscos em tradicionais botecos da cidade

O espírito é mais relacionado ao do trio de casas que o anfitrião toca com outros sócios e que, apesar das dificuldades da pandemia, sobreviveram (“estamos em recuperação”, diz). São o Club Yacht, na Bela Vista, dominado pelo público LGBTQIA+ de 20 e poucos anos, o Lions Nightclub, também na região central, com festas variadas, mas às sextas-feiras com moços de 30 e alguns, e o Jerome, em Higienópolis, inferninho chique onde impera a música eletrônica de pegada underground, em subgêneros como disco e tech-house, e os caras de 30 e 40.

Imagem mostra interior de clube iluminado por luzes vermelhas.
A pista do clube Jerome (Lusca Santana/Divulgação)

“O mais interessante é estar todo mundo no mesmo lugar”, acredita Almada. “A pessoa vai poder dançar uma Pabllo (Vittar), uma Anitta, uma Britney (Spears) e depois curtir na outra pista essas mesmas artistas, remixadas.”

A amizade dos patronos das folias LGBTQIA+ começou há tanto tempo, no início dos anos 90, que eles — Cacá, hoje com 59 anos, e André, 49 — nem fazem questão de calcular. “Tínhamos amigos em comum e sempre frequentamos juntos a noite”, diz Almada. Batiam cartão em boates como B.A.S.E., Columbia, Lov.e e Massivo, todas finadas, assim como o bar Director’s Gourmet.

A pandemia foi a deixa para os laços entre os dois — na amizade e nos negócios — ganhar tanta musculatura quanto a dos descamisados da extinta The Week. Uma aproximação solidária numa fase pesadíssima para os donos de casas noturnas. “Começamos a conversar e dar apoio um ao outro”, diz Cacá. Será que essa parceria vai dar match? “Nós somos festeiros, gostamos de receber pessoas”, afirma. “Só juntou a fome com a vontade de comer. Quer dizer, com a vontade de beber.”

Continua após a publicidade

+Assine a Vejinha a partir de 12,90. 

Publicado em VEJA São Paulo de 23 de março de 2022, edição nº 2781

Continua após a publicidade

Para ficar por dentro do universo dos bares e da gastronomia, siga @sauloyassuda no Instagram e no Twitter

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Domine o fato. Confie na fonte.
10 grandes marcas em uma única assinatura digital
Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe semanalmente Veja SP* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de São Paulo

a partir de R$ 39,90/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.