Ó do Borogodó lança campanha para ser reconhecido como patrimônio cultural
O estabelecimento dedicado ao samba e ao choro em Pinheiros pode perder a sede, já que o imóvel foi colocado à venda
Tradicional misto de bar e casa de samba e choro em Pinheiros, o Ó do Borogodó lançou uma campanha para ser reconhecido como patrimônio cultural de São Paulo — o estabelecimento pode perder a sede, já que o imóvel foi colocado à venda.
Desde quarta (23), um abaixo-assinado começou a circular na internet e poderá ser encontrado na entrada do estabelecimento, que fica na Rua Horácio Lane, 21, num ponto onde Pinheiros já é quase Vila Madalena.
O contrato de aluguel finalizou em junho do ano passado e os proprietários do imóvel não demonstraram interesse em renová-lo. Desde então, a casa está em negociação para se manter no local. Em maio, o Ó fez uma proposta de compra da parte da casa que ocupa. A resposta foi uma notificação extrajudicial para a desocupação do imóvel, o que ainda não foi feito. Mesmo que na iminência do despejo, o bar segue com a programação normal neste fim de semana.
Outras atividades da campanha #ÓPatrimonioSP estão sendo organizadas e serão divulgadas através da página do Instagram. A ação busca mobilizar não só a clientela fiel como a população em geral em prol do estabelecimento.
Na tarde de segunda (21), a equipe do bar se reuniu no Departamento de Patrimônio Cultural, que integra a Secretaria Municipal de Cultura da cidade de São Paulo, para protocolar o pedido de reconhecimento do local como área de proteção cultural.
O reconhecimento como Zona Especial de Proteção Cultural – Área de Proteção Cultural (Zepec-APC) é concedido após uma avaliação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da cidade de São Paulo (Conpresp).
“Enxergamos que temos todos os requisitos para que seja aberto um processo de enquadramento da Zepec”, diz Stefânia Gola, dona do Ó, a Vejinha. Enquanto a reunião acontecia com o chefe de gabinete da secretaria no centro, grande parte dos músicos que tocam no bar se juntou para uma roda de samba em frente ao prédio.
Segundo a lei, “poderão ser enquadrados como Zepec/APC, sem prejuízo do atendimento à legislação própria, os locais destinados à formação, produção e exibição pública de conteúdos culturais e artísticos, como teatros e cinemas de rua, circos, centros culturais, residências artísticas e assemelhados, abertas ao público, assim como espaços com significado afetivo, simbólico e religioso para a comunidade, por meio de atividades ali exercidas por período igual ou superior a 7 (sete) anos, cuja proteção é necessária para a formação e manutenção da identidade e memória do Munícipio de São Paulo e seus habitantes, assim como para a dinamização da vida cultural, social, urbana, turística e econômica da cidade”.
Em março de 2021, o bar chegou a anunciar seu fim, devido a falta de pagamentos de aluguéis, por conta da pandemia. Mas com a mobilização de clientes, criaram uma vaquinha e arrecadaram cerca de 300 mil reais, quantia além do necessário para pagar as dívidas e permanecer no imóvel.
O Ó do Borogodó já recebeu artistas como Dona Inah, Fabiana Cozza, banda Cochichando e Anaí Rosa.
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