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Três perguntas para Bárbara Salomé

Atriz e palhaça fala sobre seu primeiro solo, "Não Aprendi Dizer Adeus", em cartaz até este sábado (2) na Oficina Cultural Oswald de Andrade

Por Saulo Yassuda Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
1 jul 2022, 06h00
Atriz e palhaça Bárbara Salomé
Atriz e palhaça Bárbara Salomé: vinte anos de estrada (Caio Oviedo/Divulgação)
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A atriz Bárbara Salomé está em cartaz até este sábado (2) com Não Aprendi Dizer Adeus. Embora a intérprete mineira tenha vinte anos de estrada, esse é o primeiro solo dela. No espetáculo dirigido por Rafaela Azevedo, ela é Leila Simplesmente Leila, uma palhaça que tenta, com bom humor e contato direto com a plateia, escapar da morte. A peça poderá ser vista também na mostra Solo Mulheres, no Teatro de Contêiner Mungunzá (Rua dos Gusmões, 43, Santa Ifigênia), em 18 de julho.

+Com codireção de Lázaro Ramos, peça questiona até onde vamos por um emprego

Você passou por alguma experiência para decidir falar sobre morte?

Perdi uma irmã quando eu tinha 5 anos, ela 4, repentinamente. Ela passou mal e morreu, nem sei do quê. É a memória mais forte que tenho do início da vida, e mudou totalmente a ideia como eu enxergo o mundo.

Como é tratar um tema delicado por meio de uma palhaça, em geral relacionada ao humor?

O palhaço lida com o máximo da nossa humanidade e pode ir para todos os lugares, como tragédia e comédia, lugares lindos e horríveis. A maneira que enxergo essa linguagem tem a ver com isso. O caminho que encontrei com o humor é a Leila lidar com a própria morte em vez de falar sobre ela. O humor vem de a gente se ver extremamente humano e pequeno.

Como foi a reação do público ao deparar com um assunto considerado tabu?

As pessoas riem e choram. É uma peça que tem uma relação direta com o público, que se sente íntimo para comentar durante o espetáculo, de eu jogar uma pergunta e as pessoas responderem. Numa apresentação, uma senhora falou que a morte pode ser calma e bonita, refletindo alto consigo mesma. Como palhaça, me revolto com a morte, a aceito, debocho dela, brigo com ela… Como é que a gente aceita uma coisa dessas? Faz parte da vida, mas é muito difícil.

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Oficina Cultural Oswald de Andrade. Rua Três Rios, 363, Bom Retiro, ☎ 3222-2662 (60min). 16 anos. Sex. (1º), 20h. Sáb. (2), 18h. Grátis (retirar os ingressos uma hora antes do espetáculo). oficinasculturais.org.br.

+Assine a Vejinha a partir de 9,90. 

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Publicado em VEJA São Paulo de 6 de julho de 2022, edição nº 2796

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