Na Plateia Indicações do que assistir no teatro (musicais, comédia, dança, etc.) por Laura Pereira Lima (laura.lima@abril.com.br)
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Marcos Damigo em versão musical de Brás Cubas: clown e fantasma

O ator acerta ao investir em "Memórias Póstumas", de Machado de Assis, depois do bem-sucedido "As Sombras de Dom Casmurro"

Por Dirceu Alves Jr.
21 jul 2017, 17h36
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  • Personagens literários nem sempre são fontes seguras para uma boa transposição teatral. Tem gente que pensa assim e se dá mal. Depois de bem-sucedido em As Sombras de Dom Casmurro, no ano passado, o ator Marcos Damigo desafia a própria sorte e apresenta uma nova e mais perigosa investida no universo de Machado de Assis. Com adaptação e direção de Regina Galdino, ele protagoniza Memórias Póstumas de Brás Cubas em um formato de monólogo cômico-musical.

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    Se você ficou assustado diante de tantas esquisitices em torno do grande escritor brasileiro, pode ficar um pouco mais calmo. O espetáculo respeita e valoriza ao extremo as palavras de Machado, e Marcos Damigo reafirma talento. Surpreende como um bom interlocutor para a mensagem da obra-prima, publicada em 1881, e a confirma como assustadoramente atual.

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    Brás Cubas é o defunto-narrador, personagem clássico da duvidosa ética que move o povo brasileiro, principalmente a elite ou aqueles que nasceram em berço esplêndido e pouco suaram o rosto ao longo do caminho. Em sua vida, muito bem aproveitada, ele usufruiu do bom e do melhor, conheceu mulheres de todos os tipos – sem nunca ter se prendido a nenhuma –, enveredou pela política e fez pouco caso de muita gente.

    Crítico, irreverente e amoral, na montagem, o personagem ainda dança e canta, com composições originais de Mário Manga. A mesma adaptação de Regina Galdino já foi encenada com sucesso por Cassio Scapin, que levou o Prêmio Shell de melhor ator em 1998. O desafio superado por Damigo só se tornou ainda maior e, em uma composição que apresenta Brás Cubas como misto de clown e fantasma, o intérprete valoriza o trabalho corporal em uma linha cínica que conversa plenamente com os tipos da sociedade dos nossos tempos (80min). 14 anos. Estreou em 20/7/2017.

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    + Teatro Eva Herz – Livraria Cultura. Avenida Paulista, 2073. Quinta e sexta, 21h. R$ 50,00. IR. Até 29 de setembro.

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