No final do ano, lá em 28 de dezembro, faz sete décadas que “Vestido de Noiva” ganhou o Municipal do Rio de Janeiro e deu início ao moderno teatro brasileiro. Sob a direção do polonês Ziembinski, o texto de Nelson Rodrigues foi encenado em três planos e nada mais foi como antes. Clássico dos clássicos, a obra não para de ser relida. Somente nos últimos 20 anos ganhou as assinaturas de Luis Artur Nunes, Eduardo Tolentino de Araújo, Gabriel Villela, Rodolfo García Vázquez, entre outras. E como água potável sempre é boa para matar a sede o Grupo XIX de Teatro escolheu a história de rivalidade das irmãs Alaíde e Lúcia para selar seus 12 anos de atividade.
O título escolhido já surpreende – e até assusta os puristas. “Nada Aconteceu, Tudo Acontece, Tudo Está Acontecendo”, a versão livre de “Vestido de Noiva”, estreia na Vila Maria Zélia, no Belém, no dia 2 de maio. Com criação e pesquisa dos seis integrantes da companhia – Janaína Leite, Juliana Sanches, Luiz Fernando Marques, Paulo Celestino, Rodolfo Amorim e Ronaldo Serruya –, a montagem tem direção de Luiz Fernando Marques e Janaína Leite e dramaturgia em parceria do próprio Grupo XIX e Alexandre Dal Farra, vencedor do Prêmio Shell 2012 de melhor autor pelo ótimo “Mateus, 10”. O espetáculo faz temporada de três semanas com ingressos gratuitos, de 2 a 19 de maio, quinta a domingo, às 18 horas. Retorna de 13 de julho a 1º de setembro, sábados e domingos, às 18 horas. No intervalo, o Grupo XIX apresenta as peças “Hysteria” e “Hygiene” em Portugal.