“Dzi Croquettes” e mais 5 peças sobre a diversidade sexual
Lançado em 2010, um documentário dirigido por Tatiana Issa e Raphael Alvarez trouxe de volta para a luz a irreverência de um grupo teatral formado por marmanjos de barba que, equilibrados no salto alto, desafiaram os militares nos anos 70. No embalo, o ator e coreógrafo Ciro Barcelos, um dos treze integrantes da formação original, […]
Lançado em 2010, um documentário dirigido por Tatiana Issa e Raphael Alvarez trouxe de volta para a luz a irreverência de um grupo teatral formado por marmanjos de barba que, equilibrados no salto alto, desafiaram os militares nos anos 70. No embalo, o ator e coreógrafo Ciro Barcelos, um dos treze integrantes da formação original, criou e dirigiu o espetáculo batizado simplesmente de “Dzi Croquettes”, que vence a barreira cronológica e reproduz parte da essência provocativa da trupe.
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Claro, os tempos são outros. Os meninos de hoje não são tão peludos, muitos se depilam e é sabido que não causaria tanto espanto ver rapazes no palco de saia ou maquiagem pesada. Barcelos, então, recupera coreografias da época, como a embalada pelo bolero “Dois pra Lá, Dois pra Cá”, e insere textos contundentes contra a homofobia e a situação política do país. Surpresa no elenco de nove artistas, Bruno Gissoni, conhecido pelas novelas globais, funciona como o contraponto debochado em torno das polêmicas da diversidade sexual.
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O ponto alto é o número de flamenco protagonizado por Barcelos, que dosa técnica e ousadia, permitindo à plateia se sentir diante de uma montagem do Dzi Croquettes e não de um genérico. Com Rodolfo Goulart, Filipe Ribeiro, Rafael Leal, Paulo Victor Gandra, Julio Aracack, Rogério Nóbrega e Lucas Cândido (110min). 14 anos. Estreou em 1/5/2015. Teatro Augusta – Sala Paulo Goulart. Quarta e quinta, 21h. R$ 80,00. Até 15 de dezembro.
Mais cinco peças sobre a diversidade sexual
O drama de Vitor de Oliveira e Carlos Fernando de Barros enfoca a relação entre dois rapazes. Lucas e Miguel se reencontram presos e lembram de uma história do passado. Na adolescência, depois de uma bebedeira, eles tiveram uma noite de sexo e cada um seguiu seu caminho. Miguel volta ao Brasil depois de 10 anos em Londres, e Lucas, casado e prestes a ser pai, se sente atraído novamente pelo amigo. Com Léo Rosa, Lidi Lisboa e Pedro Lemos. Teatro Raposo. Sexta a domingo, R$ 60,00.
Eduardo Martini interpreta uma drag queen aposentada na comédia de Mário Viana. Wesley, o rapaz um profissão definida, contrata Shirley Pão na Chapa para ensiná-lo os truques da profissão. Entre as aulas, surgem as lembranças de Janete, a mãe cansada de guerra. Direção de Aimar Labaki. Teatro Augusta. Sexta e domingo. R$ 50,00.
O drama escrito e dirigido por Rafael Salmona traz os atores Ferruccio Cornacchia, Paulo Tardivo e Paulo Victor Gandra no elenco. Após um vírus contaminar 33% da população, o Estado opta por separar todas as vítimas em zona de risco em quarentena. O vírus se alastra rapidamente pela sociedade e é transmitido pelo toque e por relações sexuais. Teatro Augusta. Sexta. R$ 50,00.
Ao sair de uma festa, um puritano casal (vivido em sintonia por Felipe De Carolis e Bruna Guerin) tem o carro enguiçado em uma estrada deserta e busca socorro em um castelo. O anfitrião é o cientista Frank’N’Furter (interpretado por Marcelo Médici), um travesti que faz da sexualidade o apoio de suas experiências e, logo, pensa na dupla como cobaias. Teatro Porto Seguro. Sexta a domingo. R$ 50,00 a R$ 120,00.
Zé Henrique de Paula adaptou e dirige versão do clássico de Shakespeare. O casal é vivido por dois rapazes e por duas moças nos ensaios de uma peça. Teatro do Núcleo Experimental. Segunda, sábado e domingo. R$ 40,00.
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