Rocky Horror Show

- Direção: Charles Möeller e Claudio Botelho
- Duração: 120 minutos
- Recomendação: 14 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.







Ícone pop da década de 70, o musical Rocky Horror Show lotou teatros mundo afora, virou filme e, quatro décadas depois, ainda conserva o registro transgressor. O motivo que faz a peça do inglês Richard O’Brien se manter atual vai além das qualidades dramatúrgicas — afinal, a trama rocambolesca é tão frágil quanto à dos filmes de terror que serviram de inspiração. Ao sair de uma festa, um puritano casal (vivido em sintonia por Felipe De Carolis e Bruna Guerin) tem o carro enguiçado em uma estrada deserta e busca socorro em um castelo. O anfitrião é o cientista Frank’N’Furter (interpretado por Marcelo Médici), um travesti que faz da sexualidade o apoio de suas experiências e, logo, pensa na dupla como cobaias. A força de Rocky Horror Show se conserva porque o debate em torno da questão de gênero pouco evolui nos últimos quarenta anos e um protagonista transexual é algo raro até hoje. Os diretores Charles Möeller e Claudio Botelho sacaram o provocativo diferencial e, com a competência inegável, se cercaram de fórmulas certeiras para divertir o público. A principal delas é a escalação de Médici, a base do sucesso da montagem. Sob medida como Frank’N’Furter, o ator revela o despudor e o deboche exigidos pelo extravagante personagem, sem escorregar na caricatura ou no tom panfletário. Bons de dança e gogó, Gottsha, Jana Amorim, Nicola Lama e Felipe Mafra também chamam atenção no elenco de onze atores e cinco músicos. Estreou em 11/11/2016. Até 26/3/2017.
Atenção: Rocky Horror Show encerra temporada em 26 de março com ingressos promocionais nas sessões deste sábado (18/3), domingo (19/3) e da próxima semana.