Sandy e Marília Mendonça: como foi assistir às lives dos shows
Artistas começam a apostar em shows ao vivo via celular em tempo de quarentena
As cantoras Sandy e Marília Mendonça foram algumas das primeiras artistas a abrirem suas casas para transmitir ao vivo pocket shows em suas contas no Instagram. O movimento começou com os pedidos de isolamento social a fim de prevenir a expansão do coronavírus. Com muitos shows cancelados, os cantores estão usando as redes sociais para incentivar o público a ficar em casa.
Sandy entrou ao vivo no seu Instagram às 19h, acompanhada de seu marido, Lucas Lima, para dar início ao Festival Música em Casa, que ainda teria Michel Teló. Num estúdio dentro de casa, o duo começou com faixas como Evidências, e a aparição de surpresa de Xororó. Claro que ninguém espera a mesma emoção de vê-la em um espaço para shows, mas é bem curioso e divertido vê-los em um ambiente íntimo — de casa.
Troca de carinhos, com direito a apelidos fofos, conversinhas entre os dois deram o toque intimo do projeto, que de alguma forma mostra mais um lado da artista. Até mesmo os erros deixavam a apresentação bonita. Foi o caso de Me Espera, que Sandy gravou com Tiago Iorc, na live substituído por Lucas. Sandy também chegou a derrubar, no finalzinho, o celular. Nada que estragasse o clima do momento, muito pelo contrário: pareceu até mais próximo da gente.
Aliás, tinha “gente”, tinha “muita gente”: ao todo, a live chegou a reunir 165 000 pessoas na penúltima faixa, Quando Você Passa (tchurutchuru). Sozinha em casa, eu ousei cantar também (não faço isso ao vivo, não ouso atrapalhar os amiguinhos que estão ao meu lado).
Foi engraçado acompanhar a turma que entrava para ver: Ticiane Pinheiro, Fernada Paes Leme, Fernanda Gentil, esta, fã declarada e que “cantou” todas em caixa alta nos comentários, Carolina Dieckmann, entre outros.
O mais legal, no entanto, foi Junior, o irmão da cantora, que acompanhou as música com emojis de bateria. Sandy e Lucas interagiram com os “convidados” também. Comentaram sobre a quarentena de Junior, aqui em São Paulo.
Já Marília Mendonça entrou às 21h em ponto, com 67 000 pessoas on-line, um copo de cerveja (acompanhei nessa, sexta-feira, certo?) e com a promessa que começariam a cantar quando batesse os 100 000. Na promessa dela, a cantora ia abrir o repertório para faixas de nomes como Marisa Monte, RBD e Luan Santana. A cantora dividiu a apresentação em duas partes. A primeira, com 50 minutos, sozinha, e depois, com “participações”.
Às 21h04, quando a live bateu 113 000 pessoas, Marília pegou o violão e prometeu uma hora (tempo limite das lives) de apresentação: só ela, que se desculpou por não “saber tocar tanto violão” e que não poderia estar “A cantora”. Começou com Boa Memória de Luan Santana. Depois teve Matheus e Kauan, Melim e até Pabllo Vittar, em uma versão sertaneja de Disck Me, que caiu muito bem em seu roteiro.
Era um desafio manter uma live por uma hora, com a câmera focada apenas nela. Vez ou outra, a transmissão era interrompida por alguém que ligava para ela ou para que pudesse encontrar as cifras das canções (o que rendia momentos mais engraçados). A cantora se desdobrava para entreter e aproveitava para contar causos, comentar os movimentos dos músicos de fazerem os pocket shows e, claro, convocar a turma para beber cerveja. Os erros também rendiam bons momentos. Das músicas, valeu Sinônimos, de Zé Ramalho e Chitãozinho e Xororó.
Já a segunda parte, começou com probleminhas técnicos da parte dela. E então, vieram participações, como Murilo Hoff, seu namorado.
Se com Sandy e Lucas, meia hora pareceu pouco – lembrando que a gente desse lado tem que abstrair as distrações de casa, as mais de duas horas com Marília, que é uma ótima companheira na cerveja mesmo que distante, a distração foi inevitável. Talvez ainda seja preciso encontrar o meio termo. Em um momento, Marília virou uma playlist tocando aqui em casa. Uma playlist luxuosa e divertida. Valeu a companhia.
Na terça (24), começa também o Festival Fico em Casa BR, com Daniela Mercury, Maria Gadú, Rael e muitos outros.