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Por Juliene Moretti
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Criolo mostra Ainda Há Tempo no Citibank Hall. Acompanhe a entrevista

Prestes a estrear com seu show Ainda Há Tempo no Citibank Hall, Criolo parece ainda estar descrente. “Eu passava de trem e pensava que só estaria ali se fosse para trabalhar na área de serviço”, diz. A apresentação tem ainda um outro significado: faz parte da turnê de relançamento do disco homônimo, gravado em 2006, segundo […]

Por Juliene Moretti Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 26 fev 2017, 10h43 - Publicado em 17 ago 2016, 20h02
Criolo: show de 'Ainda Há Tempo', no Citibank Hall (Foto: Otávio Sousa)

Criolo: show de Ainda Há Tempo, no Citibank Hall (Foto: Otávio Sousa)

Prestes a estrear com seu show Ainda Há Tempo no Citibank Hall, Criolo parece ainda estar descrente. “Eu passava de trem e pensava que só estaria ali se fosse para trabalhar na área de serviço”, diz. A apresentação tem ainda um outro significado: faz parte da turnê de relançamento do disco homônimo, gravado em 2006, segundo ele “na raça”.

No show que acontece nesta  sexta (19), e terá ainda abertura de Emicida, as projeções do artista Alexandre Órion são o fio condutor da narrativa do disco. Enquanto canta, Criolo parece caminhar pelas imagens que representam paisagens de São Paulo, passear por vielas de favelas e pelas ruas do centro, além de alcançar o céu e o inferno.

Em entrevista à VEJA SÃO PAULO.COM, Criolo fala sobre a alegria de voltar ao trabalho de 2006, bate em temas como a desigualdade social e ainda comenta o que o levou a mudar a letra de Vasilhame, deixando de fora a frase: “Os traveco estão ai, oh!”. Confira:

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Por que fazer o lançamento de um mesmo trabalho?

Foi meu primeiro disco e, na época, sem dinheiro para nada, ele não teve um lançamento apropriado. No início, pensamos [ao lado de Daniel Ganjaman e Alexandre Órion] fazer apenas um show para celebrar e dar a festa devida. Mas então evoluímos para um registro, o encontro fluiu e pensamos em fazer o disco.

Projeções do centro e outras imagens de São Paulo guiam o show do rapper (Foto: Felipe Diniz)

Projeções do centro e outras imagens de São Paulo guiam o show do rapper (Foto: Felipe Diniz)

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Como foi, em 2006, gravar a primeira versão?

Na raça. Eu não tinha grana para nada, era um dinheiro contadinho dedicado ao estúdio. Foram quase três anos de produção: um ano e meio para fazer e mais um pouco para conseguir gravar. Tudo era dificuldade. Eu já tinha dezoito anos de correria e precisava me permitir. A grana de qualquer bico ou trabalho que eu pegava ia para o disco.

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O novo registro tem menos faixas do que o original. Antes, eram 22 faixas e agora são oito. Como as definiu? 

Conversando com todos os envolvidos. Quando gravei a primeira vez, muita coisa se perdeu e teria de ser refeita. Fomos juntos elaborando como seria o repertório.

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E com foi a sensação de pegá-lo pronto?

A melhor. Foi muito louco. Eu nunca tinha imaginado que conseguiria fazer o CD. Imagina, eu morava em um dos lugares com o IDH mais baixos do planeta, a gente fugia da fome. Eu morava num porão no coração da favela. Eu consegui cantar e gravar e ser uma pessoa melhor.

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Daquele disco para o atual, dez anos se passaram. O que mudou e o que não mudou no período? 

Muita coisa avançou, evoluiu. Mas não supera o que continua igual: a desigualdade social. Nós somos um povo tão amável, com tantas coisas boas, e há uma pequena porcentagem que usar a grana para causas próprias. E você tem uma população que luta ali no dia a dia, luta para viver em um lugar mais digno. São coisas óbvias as quais a gente falou há vinte anos e continua igual.

Vasilhame, que está neste disco, teve uma alteração na letra. Por que você fez isso? Se sentiu pressionado?

Não. Esta música não estava neste primeiro álbum. Era uma música que eu cantava e em um trecho eu falo “Os traveco estão ai, oh!”. Mas o que é o traveco? Era uma palavra que naquela realidade eu nem sabia o real significado. A gente tinha na época o jogo de palavras do seu dia a dia, que tinha determinada função, que hoje não tem mais. Foi a mesma coisa com a música Breaco, quando diz que a mulher é o diabo de saia e passou batido. Tem que valorizar quem está do seu lado. Já tem pelo menos quatro anos que eu tenho cantado diferente. Na primeira oportunidade que eu tive de registrar isso, eu fiz. Converso com as pessoas, tenho aprendido muito.

Do repertório, alguma música é mais significativa para você neste trabalho?

Todas. As lágrimas rolam em todas. É muita emoção colocar a voz nas letras e lembrar porque e como cada uma nasceu. Poder reviver isso é muito maravilhoso. Fora que agora vou cantar no Citibank Hall. Eu me lembro de passar de trem em frente e pensava que nunca cantaria ali. Só entraria se fosse para trabalhar mesmo. Eu já tinha feito a abertura do show do Racionais e do Emicida. Mas um show meu, é a primeira vez. É muito louco.

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