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Mais seguros do que nunca, ingleses do Arctic Monkeys tocam hits do passado e do presente na Arena Anhembi

Eles estão no topo. Consolidados como a banda de rock mais bem sucedida comercialmente a surgir na última década (disputando o posto, talvez, apenas com os canadenses do Arcade Fire), os Arctic Monkeys tocaram em São Paulo na noite fria e chuvosa da última sexta (14) na Arena Anhembi. + Alex Turner é flagrado em balada […]

Por Carolina Giovanelli
Atualizado em 26 fev 2017, 20h17 - Publicado em 15 nov 2014, 11h58
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(Fotos: Raphael Palaro / VEJA.com)

Eles estão no topo. Consolidados como a banda de rock mais bem sucedida comercialmente a surgir na última década (disputando o posto, talvez, apenas com os canadenses do Arcade Fire), os Arctic Monkeys tocaram em São Paulo na noite fria e chuvosa da última sexta (14) na Arena Anhembi.

+ Alex Turner é flagrado em balada da Rua Augusta e vira meme nas redes sociais

Foi a penúltima data da turnê de divulgação do elogiado AM (2013), iniciada em maio do ano passado, álbum que já soma mais de dois milhões de cópias vendidas, e também a terceira passagem por aqui do quarteto formado por Alex Turner (voz e guitarra), Matt Helders (bateria), Jamie Cook (guitarra) e Nick O’Malley (baixo).

Se em 2007, ano que estrearam em São Paulo no extinto Tim Festival, eles eram uma aposta do rock inglês, o que se viu ontem foi uma banda no auge do sucesso e, mesmo que lacônica, capaz de cativar milhares de fãs, mais segura de si do que quando foi headliner da edição paulistana do Lollapalooza em 2012.

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Do I Wanna Know?, faixa de abertura de AM, também serviu como ponto de partida do espetáculo. O fundo do palco foi ornamentado pela ondas sonoras que estampam a capa do último disco, do qual saíram as duas canções seguintes: Snap Out of It e Arabella.

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Em certos momentos, os ingleses parecem ser, ao mesmo tempo, de duas bandas diferentes. É o que acontece quando se contrapõem hits do início da carreira, como os hinos indies Brianstorm e Teddy Picker, às músicas lançadas a partir de Humbug (2009), guinada do grupo em direção aos riffs mais pesados, caso de Crying Lightning e My Propeller.

Falando nisso, é interessante observar como a banda se reinventou a cada um dos seus cinco álbuns. Criados em Sheffield, na Inglaterra, e hoje residentes de Los Angeles, nos Estados Unidos, os integrantes flertaram com o punk, o rock de garagem, o stoner rock e até o R&B, conseguindo manter o público fiel ao longo do caminho.

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Alex Turner é a parte mais visível das mudanças. Em 2005, ano no qual deixou o posto de pequeno gênio do underground para assumir o de letrista prolífico e porta-voz da juventude pós-internet, ele era um moleque desajeitado, mas muito esperto, de apenas 19 anos. Hoje, aos 28, sua perspicácia continua a mesma e é notável o esforço dele em se distanciar da imagem de adolescente, seja no figurino mais sóbrio, no cabelo, na voz milimetricamente empostada ou na postura arrogante – mesmo que nada disso combine com a sua envergadura algo franzina.

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Essa arrogância, entretanto, é apenas artifício, como ele deixa explícito nos sorrisinhos de satisfação que manda para a plateia quando percebe que a maioria o acompanha mesmo em faixas não tão conhecidas, como a bela No. 1 Party Anthem. São as favoritas, por outro lado, que rendem os momentos mais animados. I Bet You Look Good On The Dancefloor e Fluorescent Adolescent agradaram aos saudosos, enquanto a sacana Why’d You Only Call Me When You’re High fez muita gente sensualizar na pista. Já no bis, R U Mine encerrou a apresentação que, mesmo burocrática, foi capaz de exibir um grupo talentoso, ousado e confortável na posição de uma das maiores bandas do rock contemporâneo.

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