‘O Auto da Compadecida 2’ é um presentão de Natal com grandes performances
A continuação do clássico de Guel Arraes, do ano 2000, estreia em 25 de dezembro e retorna com Matheus Nachtergaele e Selton Mello

Não era exagero quando Matheus Nachtergaele e Selton Mello definiram, durante painel na CCXP24, O Auto da Compadecida 2 como um presente do cinema brasileiro.
É um misto de alegria e nostalgia rever João Grilo (Nachtergaele) e Chicó (Mello), os personagens do clássico de Guel Arraes, do ano 2000, baseados na peça de Ariano Suassuna. Quase 25 anos depois, o diretor conta com a colaboração de Flávia Lacerda. Os protagonistas “cresceram” nessa premissa de reencontro de dois amigos.
Após os acontecimentos do primeiro filme, João Grilo volta dos mortos, por um milagre, sem se lembrar do que aconteceu. A ressurreição atrai uma multidão de fãs e religiosos, que começam a seguir seus passos. Essa influência popular vira fator decisivo para o resultado das eleições, na disputa entre o Coronel Ernani (Humberto Martins) e o empresário Arlindo (Eduardo Sterblitch).
Chicó lida com dois amores: a recém-chegada Clarabela (Fabíula Nascimento), filha do coronel, e o retorno da amada Rosinha (Virgínia Cavendish). Em meio a essas duas competições, surge o malandro Antônio do Amor (Luís Miranda, em performance sensacional, roubando a cena).
É um acerto de toda a equipe, um roteiro riquíssimo com performances cativantes e um desenvolvimento espontâneo do enredo.
“Retornar era um desafio porque a gente não queria machucar o trabalho já feito. Por outro lado, era um presente voltar a encantar o Brasil”, diz Nachtergaele à Vejinha.
“O Chicó foi o meu personagem mais popular, é uma espécie de anjo da guarda”, garante Selton Mello.
NOTA: ★★★★☆
Publicado em VEJA São Paulo de 20 de dezembro de 2024, edição nº 2924