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Filmes e Séries - Por Mattheus Goto

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‘Ainda Estou Aqui’ é obra-prima imperdível para todo cidadão brasileiro

Filme de Walter Salles, estrelado pelos magníficos Selton Mello e Fernanda Torres, retrata drama da família Paiva durante a ditadura

Por Mattheus Goto
Atualizado em 7 nov 2024, 19h16 - Publicado em 7 nov 2024, 19h15
Elenco de 'Ainda Estou Aqui'
Elenco de 'Ainda Estou Aqui' (ALILEDARAONAWALE/Divulgação)
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A comunidade cinéfila brasileira está esperançosa. Em setembro, formou-se uma corrente de união e torcida quando Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, ganhou o prêmio de melhor roteiro no Festival de Veneza. As expectativas não foram criadas em vão: é tudo isso mesmo.

Chega agora aos cinemas e dá o próximo passo na corrida ao Oscar, como representante do país, escolhido pela Academia Brasileira de Cinema, para concorrer a uma vaga na categoria de melhor filme internacional.

O longa é inspirado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, publicado em 2015, e retrata o caso real vivido pela família durante a ditadura — um drama universal, não apenas pessoal, que tem ressoado em diversos públicos pelo mundo.

Rubens (Selton Mello), Eunice (Fernanda Torres) e seus cinco filhos têm uma vida de sonho, morando em uma casa em frente à Praia do Leblon. Até que o pai é levado por militares para ser interrogado, o que instaura um clima de instabilidade no lar. A mulher tenta descobrir o paradeiro do marido na esperança de trazê-lo de volta, enquanto cuida dos cinco filhos sozinha.

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Com o desaparecimento e morte de Rubens, Eunice decide começar a estudar direito e vira um símbolo da luta contra o regime militar. A família volta a morar em são Paulo e a mudança serve como divisor de águas na narrativa.

É de uma força e sensibilidade tremenda o trabalho de toda a equipe, a começar pela direção. Salles opta por deixar parte da história para o espectador completar, que já é algo poderoso em seu estilo, mas ganha ainda mais força quando se trata de um enredo que, por muito tempo, não se tinha informações.

Em complemento, o roteiro sutil e sensível de Murilo Hauser e Heitor Lorega e a atuação monumental de Fernanda Torres constroem a personagem principal com delicadeza e eficácia.

Houve também uma atenção ao recorte histórico da ditadura, que é enriquecido com trilha sonora, imagens com super 8, figurino e design de produção fidedignos.

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Eunice é uma força na história do país e esta obra-prima da sétima arte é imperdível para todo e qualquer cidadão brasileiro.

NOTA: ★★★★★

Publicado em VEJA São Paulo de 8 de novembro de 2024, edição nº 2918

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