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Vinho e Algo Mais

Por Por Marcelo Copello Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Especialista na bebida, Marcelo Copello foi colunista de Veja Rio. Sua longa trajetória como escritor do tema inclui publicações como a extinta Gazeta Mercantil e livros, entre eles "Vinho e Algo Mais" e "Os Sabores do Douro e do Minho", pelo qual concorreu ao prêmio Jabuti

Descubra os segredos dos vinhos tintos do sul da França

Produtores da região começaram a investir mais em qualidade e práticas artesanais

Por Marcelo Copello
27 jun 2025, 06h00
Vinhedo na França
Vinhedos na região de Languedoc-roussillon: um convite a descobertas (Benoit Bacou/Getty/Divulgação)
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O sul da França é um paraíso de contrastes: o azul do Mediterrâneo, o sol inclemente, as cigarras cantando, os campos de lavanda e as colinas cobertas de vinhedos antigos.

É ali, entre o mar e as montanhas, que nascem alguns dos tintos mais surpreendentes da França — e, sem exagero, do mundo — quando se fala em qualidade por preço acessível.

Languedoc, Roussillon, Minervois, Corbières, Fitou, Faugères, Saint-Chinian, Pic Saint-Loup… Uma constelação de nomes que pode confundir o consumidor, mas que guarda tesouros para quem ousa explorá-los.

Durante muito tempo, essas áreas foram vistas como fornecedoras de vinhos simples, de volume, usados em blends ou destinados ao consumo rápido.

Mas nas últimas décadas, uma verdadeira revolução silenciosa tomou conta da região. Produtores locais, jovens enólogos e até nomes consagrados de outras regiões começaram a investir em qualidade, resgatando vinhedos antigos e práticas artesanais.

O resultado é um novo paradigma: tintos cheios de caráter, frutos maduros, especiarias, textura e frescor — muitas vezes por menos do que se pagaria por um vinho básico de Bordeaux ou do Rhône.

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O Languedoc, maior região vinícola da França, é um mosaico de estilos. Seus tintos, geralmente elaborados com uvas como syrah, grenache, mourvèdre e carignan, são encorpados e expressivos, com acentos de frutas negras, ervas secas e toques minerais, especialmente nos vinhos de altitude.

O Roussillon, próximo à fronteira com a Espanha, tem forte influência catalã e produz vinhos ainda mais solares, com potência alcoólica equilibrada por vinhedos de altitude e solos pobres, especialmente nas AOCs como Maury Sec e Collioure.

Dentro desse universo, algumas sub-regiões do Languedoc se destacam. Minervois, com clima quente e vinhedos variados, gera tintos robustos, ótimos para carnes. Corbières, uma das maiores denominações dali, surpreende com sua diversidade e vinhos de excelente relação custo-benefício, especialmente nas zonas mais altas.

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Faugères e Saint-Chinian, com solos de xisto e relevo montanhoso, produzem bebida de perfil mineral e elegante. E Pic Saint-Loup, aos pés do maciço que lhe dá nome, é hoje considerada uma das áreas mais nobres do Languedoc, com tintos de grande frescor e finesse, frequentemente presentes em cartas de restaurantes estrelados.

Se Bordeaux é nobreza e Borgonha elegância, o sul da França é liberdade — que sente em cada gole.

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Duas garrafas de vinhos com fundo branco
Sugestões de rótulos (Reprodução/Divulgação)

 

Domaine Lafage Authentique 2021. Da Côtes du Roussillon, no sul da França. Blend de carignan, syrah e grenache, com doze meses em barricas de carvalho francês. Rubi muito escuro. No nariz, exibe notas de frutas negras, especiarias e toques tostados. Em boca, é encorpado, com taninos polidos e final persistente, com estrutura e elegância. R$ 222,90, na Grand Cru.

Père Guillot Pinot Noir Pays d’Oc IGP. Do Languedoc-Roussillon, elaborado com 100% uvas pinot noir. Rubi claro, com aromas de frutas vermelhas frescas, como cereja, framboesa e morango. Paladar leve, de taninos macios, acidez moderada e álcool baixo, 12,5%. Um tinto refrescante e versátil à mesa. R$ 74,90, na Evino.

Publicado em VEJA São Paulo de 27 de junho de 2025, edição nº 2950

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