Uma seleção de vinhos brancos para apreciar no frio
Alguns rótulos têm estrutura suficiente para enfrentar pratos típicos de outono e inverno
Quando se pensa em vinhos para outono/inverno, é comum que a maioria das pessoas imagine uma taça de tinto encorpado, acompanhando uma refeição fumegante e mais energética. Os brancos, porém, também têm seu lugar nos dias frios.
Alguns deles têm corpo suficiente para enfrentar pratos de nível mais alto de sabor e típicos dessa época. Algumas variedades de uvas podem se encaixar nesse cenário, como chardonnay, viognier, marsanne, roussanne, sémillon, chenin blanc, gewürztraminer, arneis, catarratto, albariño/alvarinho, rabigato, antão vaz, riesling… Depende de como foram trabalhadas no vinhedo e na vinificação (transformação da uva em vinho), se colhidas mais maduras, se com macerações mais intensas e se com passagem por barricas de carvalho.
Esses cuidados podem ajudar na produção de bebidas de sabores ricos, textura intensa e boa acidez para acompanhar pratos típicos da estação. As sopas, por exemplo, servidas bem quentes nessa época, podem pedir um branco. Um caldo de abóbora com gorgonzola vai bem com um cremoso chardonnay. Um cozido de frutos do mar fica uma maravilha se escoltado pelo varietal viognier, ou de outras castas do Rhône como marsanne e roussanne.
A fondue de queijo sempre pede branco – pode ser um autêntico chasselas, uva emblemática da Suíça, terra natal da receita, mas também um riesling alemão ou um chardonnay chileno ou brasileiro. Os risotos não podem ser esquecidos, em suas infinitas variações, boa parte delas melhores com vinhos brancos. A manteiga, geralmente usada nesta receita, faz com que a harmonização fique ótima com brancos barricados, como um antão vaz do Alentejo.
Os queijos são um universo à parte na gastronomia. Queijo de cabra vai bem com sauvignon blanc; brie, com chardonnay; gruyère, com riesling; cheddar, com barricados; gouda, com chenin blanc; e gorgonzola, com garrafas de colheita tardia.
Mas lembre-se de não exagerar na temperatura de serviço. Os brancos mais encorpados, geralmente, beneficiam-se de temperaturas um pouco mais elevadas do que as versões leves de verão. Experimente servi-los entre 12°C e 14°C para ressaltar suas características e permitir que se expressem plenamente.
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1. Tiara 2017. Da Viña Alicia, em Mendoza, na Argentina. É um blend de 50% riesling, 40% alvarinho e 10% savagnin, não passa por madeira. Além de cor palha brilhante, tem aroma intenso, floral e mineral mais notas de melão, limão, pêssego, gengibre e mel. Paladar com textura macia equilibrada com excelente acidez. Tem 13% de álcool. R$ 449,90, na Evino.
2. Les Moniers Crozes-Hermitage AOP 2018. Do produtor M. Chapoutier, da AOC Crozes-Hermitage. Elaborado com 100% a casta marsanne, sem passagem por madeira, Cor amarelo palha. Aroma de boa intensidade e frutado, tem notas cítricas, de nectarina, ervas e amêndoa. Paladar de médio corpo, equilibrado e macio, com 13,5% de álcool. R$ 419,90, na Evino.
3. Réserve Côtes de Gascogne IGP 2019. Do produtor Domaine Tariquet da Côtes de Gascogne, no sudoeste da França, elaborado com gros manseng, chardonnay, sauvignon blanc e sémillon, com seis meses em barricas de carvalho. De coloração dourada, tem aroma de frutas maduras, flores, madeira, mel e amêndoa. Paladar de bom corpo, é macio na boca. Com 12% de álcool. R$ 254,90, na Evino.
4. Três Melros Branco Douro DOC 2019. Da Quinta do Vallado, no Douro, em Portugal, leva as castas rabigato, códega, viosinho, gouveio, arinto e alvarinho. Parte do vinho (15%) estagia em barricas usadas de carvalho francês. Tem coloração amarelo palha claro e aroma frutado e mineral. Paladar de corpo médio, com boa acidez. Tem 12% de álcool. R$ 219,90, na Evino.
5. Viognier 2020. Da vinícola Alto De La Ballena, da região de Maldonado no Uruguai, esse viognier sem madeira, repousa por cinco meses sobre as borras. Com coloração palha clara, tem aroma fresco, floral e mineral. Paladar fresco e macio. Tem 12% de álcool. R$ 279,90, na Evino.
6. Dark Horse the Original Chardonnay 2018. O chardonnay americano da Califórnia amadurece em barricas de carvalho francês e americano. Com coloração dourada, tem aroma com madeira marcante, além de frutas bem maduras, baunilha, amanteigados, caramelo e mel. Paladar com alguma doçura, é muito macio na boca. Tem 13,5% de álcool. R$ 111,65, na Wine.
Publicado em VEJA São Paulo de 7 de junho de 2023, edição nº 2843.