Tatiana Maslany sobre haters: “a existência de Mulher-Hulk é ameaçadora para eles”
Atriz conta à Vejinha que Jessica Gao, criadora e roteirista da série, já havia previsto que algumas pessoas iriam se incomodar com a personagem
A primeira temporada de Mulher-Hulk está disponível por completo no Disney+. A produção ganhou a atenção do público por mesclar ação e comédia nas medidas certas, ao passo que abre novos rumos para a Marvel.
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Tatiana Maslany esteve ótima no papel da heroína que divide o tempo entre lutar contra “haters” e trabalhar como advogada. A atriz fala à Vejinha e faz uma análise da produção.
Como define a trajetória de sua personagem?
A ideia primordial para Jennifer Walters e Mulher-Hulk é encontrar o casamento dos dois lados dentro dela. Onde ela possa se sentir confortável ocupando seu corpo em qualquer forma que seja, e se sentir digna de contar a própria história. Muito do final é sobre reivindicar essa narrativa. Nós vemos isso no episódio com o círculo de terapia, em que ela fala sobre quando as pessoas ficam por perto apenas pela heroína. Esse conflito é realmente crucial.
A série tem forte apelo feminino, como em relações amorosas. Você gostou mais de trabalhar o lado humano de Jen do que a ação?
Sim! Eu sempre sou atraída por essas coisas. Especialmente quando está no contexto de algo que esperamos que seja “apenas” ação. É bom acompanhar Jen lutando com sua vida normal, com pequenas coisas simples com as quais podemos nos relacionar.
E você acompanhou as reações semanais do público?
Eu gosto de esconder isso, mas acompanhei, sim. Não estou nas redes sociais. Mas nós temos um grupo de elenco, então eu recebo o feedback deles. Eles me mandam memes e coisas assim. É bem melhor do que ler os comentários sozinha, pois às vezes é aterrorizante.
Aliás, por que acha que alguns homens ficaram tão incomodados com Mulher-Hulk? Se sentiu desconfortável?
Não, porque já tínhamos previsto isso. Jessica Gao (criadora e roteirista) escreveu o roteiro há anos. Ela sabia que a existência de Mulher-Hulk seria ameaçadora, e que as pessoas teriam problemas. Então, enquanto alguns ficaram com raiva, nós estávamos sorrindo porque sabíamos que eles (os haters) veriam em breve que fazem parte da história. Meio que tira o ardor desses comentários, porque são destrutivos. É horrível que as pessoas se sintam no direito de falar dessa maneira. Mas foi poderoso reivindicar esse espaço antes deles.
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Publicado em VEJA São Paulo de 26 de outubro de 2022, edição nº 2812