‘O Pastor e o Guerrilheiro’ e o reflexo da geração pós-ditadura
Com Johnny Massaro e Julia Dalavia, drama de José Eduardo Belmonte foi exibido pela primeira vez no Festival de Gramado 2022

✪✪✪ O drama O Pastor e o Guerrilheiro, em cartaz, se passa nas décadas de 1960 e 1970 e nos últimos dias de 1999. Juliana (Julia Dalavia, de Pantanal), filha ilegítima de um coronel que comete suicídio, descobre que seu pai foi torturador durante a ditadura.
Em paralelo, em 1968, o comunista João (Johnny Massaro) deixa a universidade e vai para uma guerrilha na Amazônia. É torturado e enviado para a prisão em Brasília, onde encontra Zaqueu (César Mello), cristão preso por engano. Em meio ao sofrimento na prisão, eles marcam um encontro para dali a 27 anos, na virada do milênio.
Ficção histórica com inspiração no livro Relato de um Guerrilheiro, de Glênio Sá, O Pastor e o Guerrilheiro, do diretor José Eduardo Belmonte, ganha forças com a atuação da dupla principal. Massaro e Mello criam forte elo em tela e, apesar das diferenças ideológicas, a conexão se faz presente. O roteiro dá atenção a Zaqueu e sua dedicação como pastor evangélico, mas também insere, na figura de Juliana, o reflexo da geração “filha” da ditadura. São diversas reflexões antigas que ainda soam atuais.
Publicado em VEJA São Paulo de 19 de abril de 2023, edição nº 2837
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