Lamb mistura suspense com realismo fantástico em narrativa esquisita
Disponível na MUBI, longa foi elogiado no Festival de Cannes e na Mostra Internacional em São Paulo
Um suspense psicológico islandês temperado por realismo fantástico e alegorias peculiares sobre instinto materno. A descrição pode parecer inusitada, mas, acredite, ainda é pouco perto do festival de bizarrices que o espectador encontra em Lamb.
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Com passagens elogiadas pelas últimas edições do Festival de Cannes e Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, o filme está agora disponível na MUBI. Noomi Rapace (protagonista da versão original sueca de Os Homens que Não Amavam as Mulheres) vive uma criadora de ovelhas que, ao lado do esposo, cuida dos animais num local remoto da Islândia.
Pequenas ações e diálogos minimalistas sugerem que o relacionamento passa por dificuldades, até que um acontecimento envolvendo uma filhote nascida no celeiro comandado pelo casal muda sua rotina. O diretor Valdimar Jóhannsson filma a trama como se os acontecimentos surreais que surgem na tela fossem corriqueiros, espelhando a visão que marido e mulher insistem em adotar.
Tal escolha pode fascinar ou afastar o público, que decide se embarca ou não na viagem. De qualquer forma, a atmosfera repleta de esquisitices não se sustenta por todo o tempo, sendo a atuação de Noomi o ponto alto da obra. O roteiro é escrito por Jóhannsson em parceria com o poeta Sjón, colaborador frequente da cantora Björk.
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Publicado em VEJA São Paulo de 16 de março de 2022, edição nº 2780