Amor, sexo e descobertas se fundem em ‘A Porta ao Lado’, de Julia Rezende
Longa teve sua primeira exibição para o público no Festival de Gramado; diretora e atrizes Letícia Colin e Bárbara Paz falam à Vejinha sobre a produção
✪✪✪ Um casamento aberto, outro monogâmico. Dois casais bem diferentes que passam a dividir o mesmo corredor do prédio onde moram. Essa é a premissa de A Porta ao Lado, oitavo filme de Julia Rezende que está em cartaz nos cinemas.
+CCXP23 anuncia datas do evento e início da venda de ingressos
No drama, que se passa no Rio, conhecemos Mari (Letícia Colin), mulher de 30 anos que é atravessada por um desejo quase inexplicável. Ela tem um casamento estável com Rafa (Dan Ferreira), com quem divide os planos e até mesmo o trabalho em um restaurante.
Mas, quando se aproxima dos novos vizinhos, Isis (Bárbara Paz) e Fred (Túlio Starling), o fascínio e a curiosidade invadem sua rotina. Afinal, eles vivem em um relacionamento aberto, que separa sexo de amor e que decidiu não ter filhos.
O quarteto está em bastante sintonia em tela, com destaque para a dinâmica entre Letícia e Bárbara. As reflexões que o roteiro traz à tona são contemporâneas e, dentro desse microcosmo de palavras não ditas, há uma explosão de sentimentos válidos, mas, ainda assim, complexos.
À Vejinha, Julia Rezende, Bárbara Paz e Letícia Colin falam sobre o universo feminino que dá luz ao longa. “É um assunto que nos toca. O machismo ainda impera, porque o homem pode trair e a mulher não. Ainda estamos em um sistema patriarcal, então A Porta ao Lado é um local de fala para as mulheres”, diz Bárbara.
“A gente queria uma cena em que duas personagens falassem sobre não ter filhos. Eu quero ver duas mulheres discutindo se ter filho é uma ideia boa ou não”, explica Julia. “É um filme totalmente ‘quem nunca?’, que destaca sentimentos que todos nós mergulhamos em algum ponto da vida”, completa Letícia.
Publicado em VEJA São Paulo de 15 de março de 2023, edição nº 2832
+Assine a Vejinha a partir de 9,90.