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A Tal Felicidade

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Saúde, bem estar e alegria para os paulistanos
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Quatro práticas para lidar melhor com os excessos

O especialista em bem-estar Rodrigo de Aquino ensina como equilibrar as atividades diárias e, assim, viver mais feliz

Por Rodrigo de Aquino, em depoimento a Helena Galante
11 fev 2022, 06h00
Ilustração em fundo azul mostra dois bastões, um amarelo e outro rosa, revezando uma bola prateada.
 (Westend61/Getty Images)
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Normalizamos os excessos e nos acostumamos com a lógica do “quanto mais, melhor”. O acúmulo tornou-se um sinônimo de sucesso e satisfação. Recentemente, o excesso de compromissos tomou a forma de status e poder: faltar a uma festa da família ou a uma apresentação na escola do filho e ter mais de 500 e-mails não respondidos tornou-se comum. Para alguns, um aparente orgulho. Para outros, uma dor a ser engolida, sem espaço para questionar ou desabafar.

Esses abusos se acomodaram em nossa cultura, gerando microviolências diárias e fazendo com que chegássemos até aqui, como diz o filósofo sul-coreano Byung-Chul Han, na sociedade do cansaço. Entrando no terceiro ano de pandemia, não sabemos como agir ou elencar prioridades e perdemos, por mais um ano, a desculpa perfeita para procrastinar: “começo depois do carnaval”. Em 2022, tudo leva a crer que a grande festa popular só vai acontecer em abril. Será que podemos esperar até lá para começar o ano e fazer tudo o que deve ser feito?

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Há questões complexas. Ao mesmo tempo que estamos dentro do filme Feitiço do Tempo, vivendo todos os dias as mesmas coisas, também vemos um mundo caótico. Tornamos a desordem algo comum, deixando a felicidade em segundo plano, entendendo esse objetivo universal como algo supérfluo. Dedicamos tempo, pensamentos e emoções para lidar com a desordem, mas esquecemos de separar parte dos dias para zelar pela nossa saúde mental, nosso bem-estar e por aquilo que realmente faz sentido para cada um de nós.

A forma como nos dedicamos aos nossos compromissos profissionais, pessoais e sociais, isto é, o tempo, é uma das dimensões avaliadas pela metodologia FIB (Felicidade Interna Bruta) e pela ONU, na criação do World Happiness Report, relatório anual que avalia as condições de felicidade no mundo. Com isso, podemos dizer que a felicidade que buscamos passa pela gestão do tempo. Para lidar melhor com a combinação excesso e velocidade, blindando ou diminuindo o impacto dos turbilhões que cercam o nosso dia a dia, sugiro algumas práticas.

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1. Pratique exercícios de respiração ou mindfulness e valorize o tempo presente. Além de ajudarem a ter foco e melhorar na resolução dos problemas, essas práticas trazem mais agilidade mental e criatividade.

2. Use e abuse dos calendários e dos planners. Organize sua agenda, seus compromissos e prioridades. Isso pode ajudar a diminuir sua ansiedade e a cumprir seus objetivos, gerando a sensação de dever cumprido, realização e autoestima. Lembre-se: quem tem mais de uma prioridade não tem nenhuma! Para completar, todas as vezes que realizar uma tarefa, celebre e valorize as pequenas conquistas diárias.

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3. Busque o caminho do meio. Para as neurociências, a felicidade mora na homeostase, o estado biológico de equilíbrio relacionado ao bem-estar. Para a metodologia FIB e para a ONU, a felicidade é possível quando diversas dimensões estão ajustadas. Para a psicologia positiva, a felicidade floresce no estado das virtudes, isto é, quando encontramos o caminho do meio.

4. Por fim, deixe as virtudes mais presentes em sua vida. Crie espaço na sua agenda a partir de escolhas sábias, corajosas, justas e amorosas. Permita-se que a surpresa invada sua vida e quando não conseguir resolver tudo, busque na humildade e no autocontrole a base para administrar o dia a dia e aceitar que nem sempre é possível resolver tudo.

Esses sempre serão bons companheiros na sua busca pela tal felicidade.

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Retrato de Rodrigo de Aquino, um homem branco e de cabelos escuros, que usa uma camisa jeans.
Rodrigo de Aquino (@rodrigodeaquino) é comunicólogo e especialista em bem-estar. (Divulgação/Divulgação)

A curadoria dos autores convidados para esta seção é feita por Helena Galante. Para sugerir um tema ou autor, escreva para hgalante@abril.com.br.

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Publicado em VEJA São Paulo de 16 de fevereiro de 2022, edição nº 2776

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