“Se queres saber do teu futuro, estudas o passado.” Confúcio.
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Desde que o mundo existe, todos buscam ser felizes — sendo esse um dos principais motivos da infelicidade. Ninguém é feliz o tempo inteiro. Sim, podemos estar felizes em alguns momentos. Mas só conseguimos alcançar o bem-estar e aprender a administrar os nossos conflitos internos e externos se praticarmos e criarmos a necessidade de regeneração para encontrar momentos mais comuns de felicidade. Viver é como uma onda no mar, nem sempre temos ânimo, alegria e vontade de continuar, mas alinhar-se é o caminho ideal para termos êxito na nossa vida profissional e pessoal.
Vejo que o ESG (meio ambiente, social e governança corporativa, na sigla em inglês) chegou para trazer à consciência a importância do equilíbrio. ESG funciona e é fundamental para que as organizações possam realizar as reais práticas que visam à consciência profunda e transformadora como foco estratégico. Agir com a virtude moral do accountability é termos a consciência de que somos todos um e que cuidar do nosso planeta como um todo deveria ser algo intrínseco ao ser humano.
Parece algo inédito, mas é uma era renascentista, que está voltando em pleno século XXI. O mundo está vivendo profundas transformações nas áreas da economia, das ciências, das artes e da política, assim como aconteceu nos séculos XV e XVI. É preciso renascer, ou melhor, regenerar, para iluminar! E nós estamos seguindo este caminho.
No século XVIII, denominado Século das Luzes, o iluminismo prevaleceu porque os filósofos acreditavam que a razão dominava a fé e que Deus é uno e está em tudo, na natureza e no homem. Hoje também estamos vivendo algo parecido, persistimos lutando para alcançarmos a liberdade de expressão das pessoas. Estamos aprendendo a viver nos nossos reais valores e a não mais ceder por imposição do comando e controle de líderes autoritários.
Os iluministas, como nós, buscavam a esperança da progressão da felicidade com pensamentos livres e a comprovação através da ciência dos seres e das coisas. Neste século, com o avanço das pesquisas, a ciência está cada vez mais próxima da espiritualidade. Unidas, teremos maiores avanços com questões e correlações espirituais e materiais. Mas não será possível incorporar o ESG a qualquer ambiente profissional sem um devido alinhamento de nós mesmos.
Acredito que precisamos trazer equilíbrio para alcançar a prosperidade em todos os campos da vida.
Quando falo em prosperidade, não é só no quesito dinheiro, mas também na saúde, no amor e no trabalho. A saída é alinhar-se e conquistar o equilíbrio para crescer em todos os aspectos. Precisamos ser conscientes de que somos a integração de algo maior e sistêmico e ter a ética e integridade como estilo de vida.
Regenerar é um aprendizado diário. Não digo que é fácil buscar o equilíbrio na vida, mas é fundamental ter coragem para se enfrentar, para fazer um mergulho profundo dentro de si para encontrar sua real essência através do autoconhecimento. O equilíbrio e regeneração não serão só individuais, acabarão sendo coletivos, afinal somos seres relacionais e só conseguimos nos desenvolver através da conexão com o outro.
As empresas também estão se transformando e se reinventando nesta nova fase renascentista para iluminarmos o planeta. Estamos cada vez mais refletindo o nosso papel e propósito no mundo, como também o impacto de nossas ações no planeta e a sobre a melhor forma de ajudar-nos uns aos outros. Afinal, regenerar significa renascer. Quando teremos tempo para renascer se não for agora?
Com a inteligência artificial estamos nascendo para um mundo novo, o qual muitas pessoas ainda nem se encontraram, não se conectaram consigo mesmas e vivem infelizes porque precisam pagar as contas e não têm tempo de sonhar nem de lutar pelos seus sonhos. Aprendi com os meus alunos e colegas de trabalho que o sucesso depende muito de nós, da nossa força de vontade e do nosso equilíbrio em lidar com as situações.
Regenerar-se deve incluir buscar ajuda de um terapeuta, uma filosofia de vida, meditação e demais formas de se conhecer. Enquanto não nos conhecermos profundamente, não encontraremos o caminho do alinhamento e do nosso propósito. Planejar, intuir, persistir e ter autocrítica nesta evolução individual para integrar-se ao coletivo. Depende de cada um mudar a perspectiva ao olhar para o futuro, olhar para o outro e para o meio ambiente.
Depende de nós a cor com que pintamos a nossa vida. Que venha o renascimento!
Publicado em VEJA São Paulo de 15 de setembro de 2023, edição nº 2859
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